EUA revisam estratégia no Afeganistão à espera da saída de Karzai

  • Por Agencia EFE
  • 11/02/2014 06h02

Washington, 10 fev (EFE).- Os Estados Unidos estão revisando os planos de retirada das tropas no Afeganistão à espera do fim do mandato do presidente Hamid Karzai, que não se apresentará nas eleições de abril e se negou a assinar o acordo de segurança bilateral proposto pelos americanos, informaram nesta segunda-feira fontes oficiais.

Essa decisão reflete a pouca esperança do governo de Barack Obama em conseguir um acordo com Karzai sobre a presença dos soldados americanos no Afeganistão para garantir a segurança uma vez que for finalizada a guerra este ano, explicaram as fontes ao jornal “The Wall Street Journal”.

A recusa de Karzai em assinar o acordo de segurança bilateral proposto pelos Estados Unidos e que permitiria a permanência, no longo prazo, de soldados americanos e da Otan no Afeganistão abalou as relações e a confiança entre os dois países.

A Força Internacional de Assistência para a Segurança (Isaf, sigla em inglês) da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão deve se retirar do país no final deste ano após mais de 12 anos de guerra.

As eleições no Afeganistão estão previstas para 5 de abril, mas, por enquanto, as estimativas de voto indicam que nenhum candidato obteria mais de 50% da preferência dos eleitores, o que leva a um cenário praticamente garantido de segundo turno.

Assim, o Afeganistão provavelmente não terá um novo governo até agosto, de modo que os EUA teriam que esperar até o resultado das eleições para definir sua estratégia de retirada definitiva e o cenário posterior ao fim da guerra.

O Pentágono propôs a Obama em janeiro a manutenção de 10 mil soldados no Afeganistão, assim como um limitado número de bases, depois do fim da guerra e até o final do último mandato do presidente democrata, em 2016.

As Forças Armadas dos EUA acreditam que esta medida é necessária para garantir a estabilidade do país asiático após as eleições deste ano, assim como para garantir o progresso conseguido pelas forças de segurança afegãs nos últimos anos.

A Casa Branca, por outro lado, ressaltou no final de janeiro que mantém aberta a possibilidade de não deixar nenhum soldado no Afeganistão após o fim da missão da Otan, especialmente se persistirem as diferenças com o país asiático.

A maioria dos candidatos à Presidência do Afeganistão se mostraram a favor de que os Estados Unidos mantenham alguma presença militar após o fim da guerra, mas evitaram apoiar abertamente o acordo de segurança bilateral proposto por Washington.

Os Estados Unidos têm atualmente 38 mil militares em território afegão como parte da missão da Isaf, que também conta com cerca de 19 mil soldados de outros países. EFE

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