EUA são contra Nigéria negociar resgate com Boko Haram
Washington, 13 mai (EFE).- A Casa Branca disse nesta terça-feira que não apoia uma negociação entre o governo da Nigéria e a milícia radical islâmica Boko Haram para o resgate das mais de 200 menores sequestradas pela organização.
“A Nigéria é que decide como enfrentar o Boko Haram neste caso, certamente, e nós temos um papel secundário. Mas é política dos Estados Unidos negar aos sequestradores os lucros de seus atos criminosos, e isso inclui recompensas ou concessões”, disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, em coletiva de imprensa.
O governo nigeriano deixou hoje a porta aberta para uma negociação com o grupo Boko Haram, após o líder fundamentalista Abubakar Shekau divulgar um vídeo no qual exige a liberdade de seus militantes para pôr fim ao sequestro das meninas.
Perguntado se o governo americano está aconselhando o nigeriano a não negociar com o Boko Haram, Carney respondeu que “essa é certamente a posição dos Estados Unidos”.
O porta-voz confirmou, além disso, que os Estados Unidos estão realizando voos de reconhecimento com aviões não tripulados em coordenação com o governo da Nigéria para encontrar as meninas.
Os Estados Unidos enviaram na semana passada para a Nigéria uma equipe formada por 30 pessoas dos Departamentos de Defesa e Estado, além do FBI, no qual há analistas de inteligência e em especialistas em sequestro, para ajudar as autoridades nigerianas.
As meninas foram sequestradas em uma escola da cidade de Chibuk em 14 de abril e se estima que cerca de 130 delas aparecem no vídeo divulgado ontem pela milícia islâmica.
O Boko Haram, que significa em língua local “a educação não islâmica é pecado”, luta para impor a “sharia” (lei islâmica) na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.
Desde que a polícia matou em 2009 o então líder de Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que deixou mais de três mil mortos. EFE
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