EUA vão investigar se houve violação de direitos civis no caso de Eric Garner

Washington, 3 dez (EFE).- O secretário de Justiça dos Estados Unidos, Eric Holder, anunciou nesta quarta-feira que seu departamento efetuará uma investigação independente para determinar se houve violação de direitos civis no caso de Eric Garner, um negro que foi morto por um policial em Nova York.

A investigação federal será “independente, exaustiva, justa e ágil”, anunciou Holder em uma breve declaração pública, poucas horas depois da divulgação da decisão de um grande júri de não indiciar o agente que matou Garner.

Garner, de 43 anos e asmático, morreu no dia 17 de julho por asfixia, depois que um policial à paisana, Daniel Pantaleo, lhe aplicou uma gravata no pescoço e o estrangulou, uma ação que foi gravada em vídeo por um transeunte.

A decisão do grande júri provocou protestos imediatos em Nova York e também na capital, Washington, apenas uma semana depois da onda de manifestações em todo o país pela decisão similar de outro grande júri, o de Saint Louis, que resolveu não processar o policial Darren Wilson pela morte do jovem negro Michael Brown, na cidade de Ferguson.

“Casos recentes puseram a toda prova a confiança entre a polícia e os cidadãos”, constatou hoje Holder, que reiterou seus chamados para que essa confiança seja “restaurada”.

Além disso, o secretário de Justiça ressaltou que as pessoas têm o direito de protestar pacificamente diante da previsível “frustração” após a decisão do grande júri do bairro nova-iorquino de Staten Island, mas pediu que os cidadãos evitassem qualquer tipo de violência, pois isso poderá desviar as atenções de um tema “tão sério”.

Holder anunciou na segunda-feira que seu departamento lançará, nos próximos dias, novas diretrizes para evitar a discriminação racial por parte das forças de segurança após a morte de Michael Brown.

Holder, que é o primeiro afro-americano à frente da secretaria de Justiça, teve um papel-chave na pacificação dos protestos em agosto, logo após a morte de Brown, e não hesitou em se pronunciar com contundência sobre as tensões raciais no país.

Após a nova onda de distúrbios gerada pela decisão judicial do caso Brown há uma semana, Holder iniciou um giro por todo o país para manter encontros comunitários como o da segunda-feira, na igreja batista Ebenezer de Atlanta, no estado da Geórgia. EFE