Eurogrupo apoia “saída limpa” de Portugal e dá nota mista à Espanha

  • Por Agencia EFE
  • 05/05/2014 18h58

Bruxelas, 5 mai (EFE).- O Eurogrupo apoiou plenamente nesta segunda-feira a saída limpa de Portugal de seu resgate no próximo dia 17, assegurou que qualquer possível medida para aliviar a dívida da Grécia será analisada depois do verão, e louvou a evolução da economia da Espanha, exceto no terreno do desemprego, após sanear seu bancos em dificuldades.

Os ministros de Economia e Finanças da zona do euro avaliaram “muito positivamente” os resultados da primeira supervisão posterior ao resgate dos bancos espanhóis em termos da evolução da economia e do setor financeiro.

No entanto, fica pendente uma maior consolidação orçamentária e, principalmente, fazer frente à elevada taxa de desemprego, disseram vários responsáveis dos 18 países que compartilham o euro.

O presidente do Eurogrupo e titular de Finanças da Holanda, Jeroen Dijsselbloem, afirmou que, apesar da boa avaliação da missão, “não quer dizer que estejamos satisfeitos com os resultados em termos de desemprego, da mesma forma que não estamos com a taxa de desemprego do resto da zona do euro”.

Dijsselbloem acrescentou, no entanto, que “a Espanha fez o que podemos esperar que faça no marco da vigilância posterior ao programa”.

Por sua parte, o responsável pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), Klaus Regling, indicou que há “questões pendentes que não podem ser melhoradas da noite para o dia, como a situação do desemprego, e a necessidade de mais esforços fiscais”.

O vice-presidente da Comissão Europeia, Siim Kallas, encarregado interino da pasta econômica enquanto Olli Rehn se dedica à campanha eleitoral europeia, declarou que “foram registrados bons sinais” detectados na economia espanhola.

Kallas expressou sua esperança que o maior consumo, um maior investimento e exportações continuadas fortes ajudem a diminuir o desemprego.

Em relação a Portugal, o Eurogrupo apoiou “plenamente a decisão do país de não solicitar nenhum programa adicional” uma vez que expire seu resgate de 78 bilhões de euros na próxima semana, após três anos de duros ajustes e reformas estruturais, comentou Dijsselbloem.

Kallas afirmou que Portugal fez “tremendos esforços para sair da crise” e Regling qualificou de “positivo” que seja o terceiro sócio que deixa seu programa de assistência financeira sem apoio adicional.

Portugal seguiu assim os passos da Irlanda, que terminou em dezembro do ano passado o plano aceito em troca do resgate de 85 bilhões de euros, e da Espanha, que pôs fim a seu programa de até 100 bilhões de euros no final de janeiro, e dos quais utilizou 40 bilhões.

Quanto à Grécia, o Eurogrupo reafirmou seu compromisso de fornecer “apoio adequado” ao país até que este recupere plenamente o acesso aos mercados, sempre que cumpra os requisitos e os objetivos de seu resgate duplo: um primeiro em 2010 de 110 bilhões de euros e um segundo em 2012 por outros 130 bilhões.

Neste sentido, “os méritos relativos de possíveis medidas de sustentabilidade da dívida, como disse o Eurogrupo em 27 de novembro de 2012, serão considerados no contexto da próxima revisão”, ou seja depois do verão, explicou Dijsselbloem.

A zona do euro fez esta promessa para aliviar a dívida helena quando a Grécia alcançou um superávit primário – antes do pagamento de juros – algo que ocorreu em 2013 com 1,5 bilhão de euros (0,8% do PIB).

No entanto, Kallas afirmou que “não há uma margem de manobra muito grande” para aliviar a dívida grega, que subirá a 177,2% em 2014 antes de iniciar um descenso progressivo nos anos seguintes.

A “troika”, formada pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), calcula que a dívida grega desça a 125% do PIB em 2020 e a 112% em 2022, um e dois décimos respectivamente sobre o estimado em sua projeção anterior sobre os níveis que considera sustentáveis.

Um possível alívio da dívida grega poderia incluir um novo prolongamento dos prazos de vencimento, assim como outra redução das taxas de juros, como foi estabelecido em novembro de 2012.

Para determinar se será preciso esse alívio, o Eurogrupo quer saber, depois dos testes aos bancos helenos, quanto dinheiro resta no fundo grego para a estabilidade financeira, que ainda dispõe de um montante considerável para recapitalizá-los, entre outros elementos a analisar, concluiu Dijsselbloem. EFE

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