Eurogrupo inicia 2º dia de reuniões em meio a desconfiança com Atenas
Bruxelas, 12 jul (EFE).- Os ministros de Economia e Finanças da zona do euro (Eurogrupo) iniciaram neste domingo seu segundo dia de reuniões sobre a crise na Grécia em meio a um sentimento de desconfiança para com o governo do país e com a intenção de chegar a algum consenso que possa ser apresentado mais tarde aos chefes de Estado e de Governo europeus.
“Acho que é relativamente pouco provável que a Comissão Europeia (CE) obtenha hoje uma aprovação para começar as negociações formais sobre um terceiro programa ou um programa do MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade), mas acho que o Eurogrupo pode preparar e dar sua contribuição às discussões dos líderes de depois”, disse o vice-presidente da CE para o Euro, Valdis Dombrovskis.
O ministro de Finanças da Itália, Pietro Carlo Padoan, afirmou por sua vez que espera-se que o governo grego “adote a partir de amanhã medidas importantes que sirvam em primeiro lugar aos gregos e depois para reconquistar a confiança”.
“Falemos francamente, o maior obstáculo para o acordo é a ausência de confiança”, frisou.
Mais cedo, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou o cancelamento da cúpula de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) prevista para as 14h GMT (11h de Brasília), embora tenha sido mantido o encontro dos líderes dos 19 países que fazem parte do euro.
“A cúpula do euro vai a durar até que concluamos as discussões sobre a Grécia”, afirmou Tusk, que tomou a decisão após conversar com o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, sobre o resultado da reunião de ontem do Eurogrupo.
Essa reunião acabou por volta da meia-noite (de Bruzelas) sem um acordo que permitisse dar o sinal verde às instituições credoras para começar a negociar um terceiro pacote de ajuda financeira à Grécia, depois que o país solicitou na semana passada um novo empréstimo de três anos por meio do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).
“O Eurogrupo vai continuar as discussões hoje, como viram são bastante complicadas, portanto esperamos mais progressos”, indicou Dombrovskis, enquanto o titular de Finanças austríaco, Hans-Jörg Schelling, destacou que as negociações estão sendo “muito difíceis” porque há muitos desacordos.
Schelling, um dos dirigentes da zona do euro mais reticentes em relação ao governo grego, disse que é relativamente “otimista” quanto à possibilidade de que se chegue a um acordo que permita abrir a negociação desse terceiro resgate, que a Grécia precisa para evitar sua asfixia econômica.
O austríaco reconheceu que há “muitos pontos” nos quais não há consenso “nem dentro da zona do euro, nem com a Grécia”. EFE
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