Eurogrupo não pensa em prorrogar resgate após ruptura grega de negociações

  • Por Agencia EFE
  • 27/06/2015 12h25
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Bruxelas, 27 jun (EFE).- Os ministros de Economia e Finanças da zona do euro advertiram neste sábado o governo da Grécia, liderado por Alexis Tsipras, que a decisão de anunciar um referendo sobre as propostas de seus credores representa uma “ruptura” das negociações, e se negaram a prorrogar o resgate.

Na chegada à reunião do Eurogrupo, a quinta dos últimos dez dias centrada na Grécia, a maioria dos ministros rejeitou o movimento da Grécia, considerado unilateral, e advertiram que o tempo está acabando, a apenas três dias de expirar o resgate grego.

“Estamos cada vez mais perto de o plano B se transformar em plano A”, afirmou o ministro de Economia da Espanha, Luis de Guindos, que considerou “difícil” que se conceda uma nova prorrogação à Grécia do resgate, que vence na terça-feira 30, após “uma certa ruptura unilateral das negociações”.

“Estou muito negativamente surpreendido pela decisão do governo grego, aparentemente rejeitaram as últimas propostas das três instituições que estão na mesa”, disse o presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem.

Acrescentou que “é uma decisão triste para a Grécia porque fechou a porta para mais conversas quando a porta ainda estava aberta”.

Na mesma linha se pronunciou o ministro alemão, Wolfgang Schäuble, que indicou que “estávamos tentando negociar uma posição comum entre o Eurogrupo e a Grécia, mas agora o Executivo grego deu unilateralmente por encerradas as negociações e agora temos que ver as consequências”.

Além disso, o secretário de Estado de Finanças da Holanda, Eric Wiebes, assinalou que “não vê razões” para conceder uma prorrogação do resgate à Grécia, enquanto o ministro das Finanças belga, Johan Van Overtveld, indicou também que “não acredita” que isto acontecerá.

“Acho que há uma maioria no Eurogrupo que pensa que uma extensão está descartada”, disse o titular finlandês, Alexander Stubb.

Dijsselbloem indicou que o Eurogrupo tem que “falar sobre futuras consequências”, enquanto Guindos lembrou que as decisões sobre uma extensão “têm implicações sobre as decisões posteriores do Banco Central Europeu, em um momento em que a situação de liquidez dos bancos gregos não é boa”.

O responsável de Malta, Edward Scicluna, destacou que o referendo é uma opção legítima mas que foi anunciado em um momento “muito infeliz”, já que os efeitos de uma possível falta de pagamento ao Fundo Monetário Internacional (FMI) pela Grécia podem começar a ser sentidos na semana que vem.

Na próxima terça-feira Atenas deve pagar 1,6 bilhões de euro ao FMI, mesmo dia em que vence seu resgate e com ele, as possibilidades de o país acessar imediatamente o financiamento de seus sócios e credores.

Em Bruxelas, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, reforçou que as três instituições que formam a troika “sempre mostrou flexibilidade para nos adaptarmos à nova situação econômica e política na Grécia e é o que continuaremos fazendo”.

Lagarde reiterou a necessidade de a Grécia aplicar reformas “profundas”, e lembrou que a zona do euro oferece ao país “apoio financeiro”.

O delegado europeu de Assuntos Econômicos e Financeiros, Pierre Moscovici, destacou que ainda considera que “onde há vontade há uma caminho” e pediu para o diálogo continuar, de modo que o Eurogrupo veja agora se “ainda é possível um acordo”.

O ministro de Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, entrou sorridente no edifício em que acontece a reunião, mas sem fazer comentários. EFE

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