Evo Morales afirma que seu partido conquistou dois terços do Congresso
La Paz, 13 out (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta segunda-feira que deu “uma paulada” nas eleições gerais de ontem, ao conquistar dois terços da Assembleia Legislativa, embora seus cálculos sejam baseados em dados extra-oficiais.
“A paulada se resume nos dois terços”, afirmou Morales em entrevista coletiva, se baseando em números das pesquisas de boca de urna que dão a ele e a seu partido a vitória com 60% dos votos.
Estes números são os únicos disponíveis até agora, já que o Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) ainda não divulgou dados oficiais das eleições presidenciais e legislativas deste domingo por ter sido vítima de um ciberataque e estar com problemas logísticos.
“Por que paulada? A Bolívia agora está praticamente vestida de azul. Puro azul. Exceto Beni”, acrescentou o líder em alusão a cor do Movimento ao Socialismo (MAS).
Segundo os cálculos publicados hoje pela imprensa local a partir das amostragens de ontem à noite, o MAS está muito perto de consolidar os dois terços no Senado e na Câmara, e venceu em oito dos nove departamentos do país.
Estas projeções, no entanto, ainda devem ser referendadas pelo TSE.
Morales tinha, durante a campanha, 74% das intenções de voto, dez pontos a mais que os somados nas eleições de 2009 (64%) e 20 acima do que conseguiu quando foi eleito pela primeira vez em 2005 (54%).
Se o partido governista controlar dois terços do Congresso, como acontece desde 2009, Morales poderá encarar sem problemas novas reformas legais e também realizar mudanças na própria Constituição.
Durante a campanha a oposição criticou o risco de o MAS poder aprovar leis de reforma parcial da Carta Magna, e acusam especialmente de um referendo sobre a reeleição indefinida, o que o governo nega estar em seus planos.
Confirmada a vitória de Morales, ele e o vice-presidente Álvaro García Linera, governarão durante o mandato 2015-2020. Dessa forma, Morales se transformaria no presidente que mais tempo esteve de forma contínua no poder na Bolívia. No fim deste terceiro mandato ele somaria 14 anos no comando do país.
Diante das acusações da oposição de que estaria rumando para o autoritarismo, Morales assinalou que seus antecessores ganhavam eleições com 20%, 30% e depois pactuavam alianças entre vários partidos para poder governar e reunir dois terços no Legislativo.
O presidente acrescentou que naquela época nem ele nem os movimentos sociais acusavam esses governos de autoritários, apesar da discriminação contra os indígenas, ao contrário do que acontece hoje, em que há uma democracia com mais participação social na aprovação de leis, disse. EFE
ja/cd
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.