Evo Morales decreta aumento salarial de 8,5% que também o beneficia

  • Por Agencia EFE
  • 01/05/2015 13h55

La Paz, 1 mai (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, decretou nesta sexta-feira um aumento salarial de 8,5% para os setores privado e público, que também beneficia ele, o vice-presidente Álvaro García Linera e os ministros.

Esta foi uma das disposições aprovadas por Morales, que assinou quatro decretos em um ato no Palácio de governo em La Paz por causa do Dia Internacional do Trabalho.

Um dos decretos ratificou os aumentos de 15% do salário mínimo nacional, para US$ 237,9, e de 8,5% do salário básico anunciados em março passado pelo governo e pelos dirigentes da Central Operária Boliviana (COB), a máxima entidade sindical do país.

Este aumento também vale para salários de policiais, militares e professores de escolas do Estado e será aplicado “de maneira inversamente proporcional” no caso dos trabalhadores da saúde, explicou o ministro da Economia, Luis Arce.

Em um segundo decreto, o governo estabeleceu que o aumento salarial de 8,5% chegue “do presidente, vice-presidente, ministros, vice-ministros, até o último dos servidores públicos, em uma justa remuneração a todo o esforço que se vem fazendo por desenvolver o aparelho produtivo”, acrescentou Arce.

Com esta medida, o salário de Morales subirá de US$ 2.844 para US$ 3.085,70.

Uma terceira norma estabelece que os salários nas empresas públicas aumentem na mesma porcentagem, quando estas firmas demonstrarem que são rentáveis.

O quarto decreto determina que o caráter jurídico dos sindicatos deverá ser tramitado perante o Ministério do Trabalho e ser referendada mediante uma resolução assinada pelo presidente.

Os aumentos para os trabalhadores foram negociados entre o governo e a COB, que atua em representação dos sindicatos estatais, mas os acordos são uma referência para os privados.

Morales destacou que atualmente há “enormes coincidências” entre seu governo e os sindicatos de operários e indígenas que, segundo disse, são “anti-imperialistas” porque lutam por suas reivindicações sociais e por uma “libertação social, econômica e política”.

O presidente da Bolívia também agradeceu à Central Operária Departamental (COD) de La Paz por convidá-lo para uma passeata pelo Dia do Trabalho, embora tenha desistido de participar da mesma porque, segundo disse, a convocação foi feita “muito tarde”.

Segundo a imprensa local, também não participaram deste evento os líderes da COB, que foram, além disso, os grandes ausentes no ato no Palácio Quemado, sede do governo.

Em entrevista à rádio “Erbol”, um dirigente dessa entidade, Elmo Pérez, explicou que o setor está incomodado com alguns ministros encarregados do diálogo sobre as reivindicações dos trabalhadores.

Após a assinatura dos decretos, o presidente inaugurou uma sede sindical em La Paz e depois viajou para o sul do país, onde anunciará a descoberta de um novo reservatório de gás natural. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.