Evo Morales defende em Roma “revolução democrática” na América Latina
Roma, 29 out (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, defendeu nesta quarta-feira em Roma o que denominou de “revolução democrática” na América Latina, o ponto final colocado “nos saques dos recursos naturais e nas ditaduras militares”.
O discurso aconteceu em uma conferência em uma universidade de Roma, onde Evo também se mostrou orgulhoso dos apoios recebidos de outros líderes latino-americanos em referência ao tratamento recebido dos Estados Unidos.
Morales afirmou que nos Estados Unidos é considerado “o Bin Laden andino”.
O presidente boliviano, que participou esta semana de reunião de movimentos populares no Vaticano e teve uma conversa privada com o papa Francisco, realizou na Universidade de La Sapienza uma conferência com o título de “Solidariedade, complementariedade e autodeterminação dos povos”.
Na conferência, assistida pelos embaixadores de Argentina, Cuba e Venezuela na Itália, Evo lembrou seu percurso até chegar ao poder e sua experiência na criação do que denominou uma “unidade sindical transformada em unidade eleitoral”.
Um governo que se baseia em três princípios indígenas que ele aprendeu com sua família, da etnia aimara: “não mentir, não roubar e não ser frouxo”.
Para sua constituição, em 2005, Evo assinalou que teve que reunir as principais forças sindicais do país e enfrentar o que considerou “o primeiro problema”: a embaixada dos Estados Unidos.
Ele também admitiu que não estava preparado para governar na primeira vez que se candidatou à presidência, em 2002, e admitiu ironicamente que “felizmente nos roubaram”.
Nas eleições de 2005, quando se tornou o primeiro indígena a governar a Bolívia apesar “da ameaça constante dos Estados Unidos, que advertia que se Evo ganhasse o investimento internacional cairia”.
Morales reconheceu ter se assustado naquele momento com a ameaça e confessou ter ido se aconselhar com o líder cubano Fidel Castro e o venezuelano, Hugo Chávez.
Ele perguntou o que poderia fazer se os Estados Unidos bloqueassem a economia do país quando assumisse.
E seus interlocutores advertiram que “essa luta era grave porque os gringos sabem se vingar”, ao que Fidel disse textualmente para contar com os cubanos e com outros governos, como o argentino de Nestor Kirchner e a Venezuela de Chávez.
Morales lembrou que o então presidente argentino o tranquilizou dizendo que se ninguém quisesse investir na Bolívia a Argentina o faria. EFE
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