Evo Morales oferece prêmio a policiais que denunciem corrupção de seus chefes
La Paz, 24 jun (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou nesta quarta-feira que premiará os policiais subalternos que denunciem a corrupção de seus superiores na instituição, que atravessa uma grave crise e tem uma imagem ruim devido a constantes atos de indisciplina.
Em discurso perante policiais na cidade andina de Oruro, o presidente disse que dará “um prêmio” a sargentos, suboficiais e subtenentes que denunciem os superiores que prejudiquem à instituição com atos de corrupção.
Morales declarou que, aparentemente, a subordinação se transforma “em uma forma de proteção da ilegalidade dentro da instituição” e pediu a seu ministro de Interior, Carlos Romero, para trabalhar em uma norma que reconheça policiais honrados.
O líder boliviano fez a proposta em meio a uma polêmica criada pela general e ex-subcomandante nacional Rosario Chávez, que denunciou atos de corrupção policial ao Ministério de Transparência e Luta Contra a Corrupção, mas cujas acusações foram rechaçadas pelos atuais chefes da instituição.
Morales pediu que os subalternos não se calem perante a corrupção de seus superiores, mas que façam as denúncias assim que os atos ilegais aconteçam para que sejam investigados de forma imediata.
Desde que chegou ao poder em 2006, Morales fracassou em sua tentativa de reformar a instituição, que em teoria tem 37.000 agentes, já que também não existe um censo oficial do setor.
Os casos de indisciplina, abusos e delitos nos quais regularmente aparecem envolvidos policiais parecem não ter limites.
Na história da instituição há vários exemplos de vínculos de chefes policiais com o crime organizado e o narcotráfico, o que fez com que vários comandantes terminassem atrás das grades na Bolívia ou em outros países.
Há poucos meses, quando foram anunciadas mudanças na entidade, na tropa policial houve convocações de motim que finalmente não prosperaram, como ocorreu em outras ocasiões, em que rebeliões policiais ameaçaram desestabilizar o governo. EFE
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