Evo Morales se define como “feminista, embora com brincadeiras machistas”

  • Por Agencia EFE
  • 17/02/2015 17h28
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La Paz, 17 fev (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, se definiu nesta terça-feira como “feminista, embora com brincadeiras machistas”, durante um programa de rádio em que afirmou que seu governo dá mais atenção a esse setor porque as mulheres são “mais sofridas”.

“As mulheres são mais sofridas, mais maltratadas. Eu lamento muito, é preciso superar isso. Mas também são as mais inteligentes, as mais honestas, as mais comprometidas, mas sempre me traem”, disse Morales, provocando risos entre seus companheiros, reunidos em uma rádio na zona cocaleira da província de Chapare.

No programa, Morales disse que conta piadas machistas para provocar reações na direita, para que a oposição “se divirta” pedindo esclarecimentos parlamentares do governo.

“A direita se preocupa com tolices. Eu me defino feminista, embora com brincadeiras machistas”, disse Morales, que sempre foi criticado pelas organizações pró-direitos das mulheres, pela imprensa e pela oposição.

Segundo o governante, o “único problema as mulheres têm” é que se brigarem entre elas, “nunca resolvem” seus conflitos. Morales comentou que, nesses casos, já se viu obrigado a nomear algumas ex-parlamentares de seu partido como ministras ou inclusive enviá-las ao exterior para evitar que continuassem o confronto.

Há quase um mês, quando jurou o cargo perante a Assembleia Legislativa para dar início ao terceiro mandato, o governante disse em seu discurso que, se as mulheres não fossem “caprichosas”, mandariam no país porque são honestas e “mais trabalhadoras” que os homens.

Durante seu governo, Morales aprovou uma lei de proteção integral para as mulheres contra a violência machista na Bolívia estabelecendo uma pena de 30 anos sem direito a indulto contra que os que cometam feminicídio, embora os casos não tenham reduzido.

A Bolívia é o país latino-americano com maiores índices de violência física contra as mulheres e o segundo depois do Haiti em violência sexual, segundo dados da ONU Mulheres. EFE

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