Evo Morales sugere que revolução na Bolívia se perpetue como na China

La Paz, 15 mai (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta sexta-feira que a unidade dos setores sindicais de seu país tornará possível que sua revolução se torne um governo “para toda a vida”, como acontece na China.

“Se nos unimos de verdade, companheiras e companheiros, nosso processo pode ser como na China. Governar para toda a vida, mas servindo ao povo boliviano, e não estamos longe disso”, disse Morales em discurso na região de Cochabamba.

Morales chamou as associações sindicais que são leais a ele à unidade durante o congresso regional de seu partido, o Movimento Ao Socialismo (MAS).

O presidente, que iniciou seu terceiro mandato consecutivo em 22 de janeiro, válido até 2020, se referiu às reformas, que contrastaram com a opinião de políticos conservadores bolivianos que previram que sua revolução não duraria e seria reversível.

Morales declarou que morrerá “anti-imperialista”, após citar declarações antigas feitas por funcionários e analistas dos Estados Unidos que falavam em “abolir” o Estado boliviano e da divisão de seu território entre seus países vizinhos.

Vários setores sociais fiéis ao MAS começaram a propor outra possibilidade de reeleição para Morales, mas isso implicaria uma modificação da Constituição promulgada em 2009, que permite somente dois mandatos consecutivos.

O líder se apresentou pela terceira vez na eleição de 2014, vencida com mais de 61% dos votos, amparado por uma sentença do Tribunal Constitucional que considerou que o primeiro mandato de Morales (2006-2010) não contaria para efeito de reeleição, pois o país foi refundado constitucionalmente em 2009. EFE