Ex-agente de inteligência é chamado para testemunhar no caso da morte de Nisman

  • Por Agência Estado
  • 05/02/2015 17h23
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EFE Cristina Kirchner

Um ex-agente da inteligência argentina, recentemente demitido, foi chamado nesta quinta-feira para falar com a chefe das investigações da morte do procurador Alberto Nisman, segundo a imprensa local. A presidente Cristina Kirchner sugeriu que ele estaria envolvido na misteriosa morte do promotor.

De acordo com a agência oficial de notícias Telam, Antonio “Jaime” Stiuso foi chamado para conversar com a chefe das investigações, Viviana Fein, no final da manhã desta quinta-feira.

Não se sabe, entretanto, o paradeiro de Stiuso. A polícia já fez buscas em três residências em que o agente morou, sem sucesso. Santiago Blanco Bermudez, advogado de Stiuso, afirmou que não sabe do seu paradeiro de seu cliente, assim como de que ele não havia recebido uma notificação da Justiça. No entanto, ele disse que se assim que fosse formalmente convocado, ele iria se apresentar.

Quando for oficialmente convocado, Stiuso vai falar com os investigadores, afirmou Bermúdez. “É uma obrigação como cidadão e ex-funcionário público”, disse o advogado.

Nisman foi encontrado morto em seu apartamento em 18 de janeiro, horas antes de detalhar as acusações de que Cristina havia ajudado a proteger autoridades iranianas ligadas ao ataque terrorista de 1994 contra uma instituição judaica argentina, que matou 85 pessoas.

A presidente deu a entender que Stiuso, que segundo relatos da imprensa supervisionou uma grande operação de grampos telefônicos, estaria envolvido na morte de Nisman, mas não forneceu detalhes. Stiuso, que havia colaborado com Nisman em sua investigação, foi demitido de suas funções no final do ano passado.

Nisman afirmava que Cristina havia concordado em encobrir o envolvimento do Irã no caso em troca de benefícios, especialmente petróleo. A presidente nega veementemente as acusações, afirmando que a Argentina não teria o que ganhar num acordo deste tipo.

Teorias conspiratórias sobre o caso se multiplicam. Inicialmente, as autoridades disseram que o procurador provavelmente havia se suicidado, mas pessoas ligadas a ele afirmaram que ele não se mataria. Dias depois de sugerir que Nisman teria tirado a própria vida, Cristina disse que ele havia sido assassinado.

Nisman passou quase uma década desenvolvendo o argumento de que o Irã estava por trás do ataque contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA). O governo iraniano nega a acusação.

Nisman temia por sua segurança e dez policiais federais foram designados para protegê-lo. Esses agentes foram suspensos como parte da investigação, mas nenhum deles foi citado como suspeito e nenhuma prisão havia sido feita relacionada ao caso. Fonte: Associated Press.

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