Ex-chanceler russo pede união de esforços para enfrentar o perigo real do EI

  • Por Agencia EFE
  • 22/07/2015 06h46

Madri, 22 jul (EFE).- O ex-ministro das Relações Exteriores da Rússia Igor Ivanov pediu nesta quarta-feira uma união de esforços da comunidade internacional para fazer frente ao “perigo real” representado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Ivanov, chanceler russo entre 1998 e 2004, participa de um colóquio organizado pelo Fórum Rede de Casas do Ministério das Relações Exteriores da Espanha em parceria com a Agência Efe, evento no qual falou de diferentes temas de interesse mundial.

O ex-ministro destacou o recente acordo nuclear das potências ocidentais e da Rússia com o Irã, evidenciando a importância da mudança de atitude para que os antigos inimigos possam colaborar na solução de conflitos internacionais, caso da expansão dos radicais islâmicos no Afeganistão e no Iraque.

Sobre o Irã, Ivanov disse ser impossível isolar o país.

“São 80 milhões de habitantes, um país pujante, com recursos e influência regional. Se for isolado, buscará exercer sua influência através do Hezbollah ou outros grupos radicais”, indicou.

“Não vejo como o Irã pode destruir Israel, nem com arma nuclear”, afirmou o ex-ministro, para quem as queixas do governo de Benjamin Netanyahu ao acordo têm mais relação com a política interna dos Estados Unidos e as próximas eleições presidenciais.

Na opinião do ex-chanceler russo, o precedente do Irã pode ser usado na solução de outros conflitos, como o da Ucrânia.

Já o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo, disse que o pacto nuclear firmado pelas potências do Grupo 5+1 com o Irã é “melhor que não ter um acordo”.

Ele também lembrou que iranianos e israelenses nunca foram inimigos tradicionais, inclusive tendo colaborado entre si na época que a República Islâmica era comandada pelo Xá Mohammad Reza Pahlevi.

O chanceler espanhol ressaltou que o país preside o Comitê de Sanções da ONU e por isso estará muito atento ao cumprimento do que foi estabelecido no acordo histórico. EFE

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