Ex-chefe da CIA pega liberdade condicional e multa por vazamento de dados
Washington, 23 abr (EFE).- A Justiça dos Estados Unidos condenou nesta quinta-feira o general reformado David Petraeus, ex-diretor da Agência de Inteligência (CIA), a dois anos de liberdade condicional mais uma multa de US$ 100 mil por vazar informações secretas à sua biógrafa, com a qual tinha uma relação sentimental.
A decisão do juiz federal David Keesler foi divulgada através de um comunicado emitido pela promotora Jill Westmoreland Rose, do Departamento de Justiça.
Segundo a promotora, Petraeus, um dos militares mais prestigiados dos EUA e um dos principais estrategistas da guerra do Iraque, admitiu ao magistrado ter apagado e retido informação confidencial, assim como ter mentido à CIA e à polícia federal americana (FBI) sobre a posse e administração desses segredos.
A multa de US$ 100 mil é maior que a sanção de US$ 40 mil que a promotoria havia pedido para o ex-chefe das tropas dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão.
No início de março, o condecorado ex-general aceitou se declarar culpado para evitar o julgamento e encerrar um processo judicial aberto há dois anos.
O general de quatro estrelas, ex-chefe do Comando Central das Forças Armadas e ex-comandante no Iraque e no Afeganistão, renunciou ao cargo de diretor da CIA em novembro de 2012, quando a relação extraconjugal com sua biógrafa, Paula Broadwell, começou a ser investigada pelo FBI.
Broadwell tinha acesso a certo tipo de informação delicada, mas os investigadores recomendaram acusar Petraeus por poder ter se excedido no tipo de informação que poderia colocar à disposição de sua amante e dos efeitos que isso poderia ter para a segurança nacional.
No fim de março de 2013, em sua primeira declaração pública após o escândalo, Petraeus pediu desculpas pela relação adúltera que manteve com Broadwell.
“Lamento muito as circunstâncias que me levaram a renunciar da CIA e que causaram tanta dor à minha família e aos meus amigos”, disse diante de veteranos e alunos do programa de estudos do Corpo de Capacitação de Oficiais da Reserva em Los Angeles (Califórnia). EFE
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