Ex-chefe da junta militar é acusado de envolvimento em massacres na Guiné

  • Por Agencia EFE
  • 08/07/2015 21h06

Dacar, 8 jul (EFE).- O ex-chefe da junta militar da Guiné, Moussa Dadis Camara, foi acusado nesta quarta-feira pela Justiça de seu país por seu suposto envolvimento na violência policial de 28 de setembro de 2009, quando 157 pessoas morreram e centenas ficaram feridas, informou o site de informações gerais “Guineenews”.

Segundo essa fonte, Camara foi acusado após ser ouvido pelo procurador da república da Guiné, que foi até Ouagadudgu, a capital de Burkina Fasso, onde o ex-mandatário se encontra exilado desde 2010, como consequência de um atentado que o afastou do poder.

O site “Guineenews” reproduziu uma declaração do advogado do ex-chefe da junta militar, Jean-Baptiste Jocamey Haba, afirmando que “os juízes acusaram o capitão Moussa Dadis Camara hoje, quarta-feira”.

No dia 28 de setembro de 2009, uma manifestação pacífica convocada pela oposição contra a junta militar que estava no poder foi reprimida brutalmente pelas forças de segurança, deixando 157 mortos e centenas de feridos, segundo um relatório da ONU que averiguou o caso.

Segundo esse mesmo relatório, dezenas de mulheres foram estupradas por elementos das forças de segurança da Guiné.

Os simpatizantes de Moussa Dadis Camara denunciaram que a acusação contra ele é uma “decisão política” para acabar com as ambições do ex-chefe da junta militar, que anunciou sua vontade de concorrer nas próximas eleições presidenciais.

Camara anunciou há alguns, em Ouagadougou, que retornará ao país para participar das eleições presidenciais previstas para o final do ano.

Moussa Dadis Camara tomou o poder em um golpe de Estado no dia 24 de dezembro de 2008, após a morte do ex-presidente Lansana Conté, e exerceu o cargo de presidente do país ao liderar o Conselho Nacional para a Democracia e o Desenvolvimento.

Ferido no dia 3 de dezembro de 2009 em um atentado cometido por seu ajudante militar, o tenente Abubakar “Toumba” Diakite, em Conacri, a capital do país, Camara fugiu para o Marrocos, onde foi acolhido “por razões estritamente humanitárias, para que recebesse os cuidados médicos necessários”.

Após sua recuperação, o ex-chefe da junta militar foi deportado para Ouagadoudou. Desde então, Camara viajou para seu país uma única vez, após se beneficiar de uma autorização especial do governo, para comparecer ao funeral de sua mãe. EFE

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