Ex-chefe de imprensa de Cameron é condenado a 18 meses de prisão por escutas

  • Por Agencia EFE
  • 04/07/2014 11h55

Londres, 4 jul (EFE).- Andy Coulson, ex-chefe de imprensa do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, foi condenado nesta sexta-feira a 18 meses de prisão pelo caso das escutas na imprensa.

O tribunal de Old Bailey, em Londres, condenou Coulson após ele ser declarado culpado na semana passada de conspirar para interceptar ligações telefônicas entre 2000 e 2006 quando trabalhava para o extinto jornal dominical britânico “News of the World”.

Coulson, que foi diretor da publicação entre 2003 e 2007, renunciou como chefe de imprensa de Cameron em janeiro de 2011 por causa das investigações da polícia sobre os grampos de ricos e famosos para obter exclusivas para o jornal.

Ao anunciar a condenação, o juiz John Saunders disse que Coulson, de 46 anos, devia assumir a culpa pelas escutas porque estava a par delas e “as incentivou quando deveria impedi-las”.

O juiz acrescentou que ficou claro que o jornalista considerou que os grampos eram necessários para manter o nível “competitivo” do dominical no mercado britânico.

Além de Coulson, foram condenadas hoje outras quatro pessoas que admitiram ter conspirado para interceptar as ligações.

São elas o ex-diretor de informação do “News of the World” Greg Miskiw e o jornalista Neville Thurlbeck, condenados a seis meses de prisão.

Além de James Weatherup, que cumprirá uma pena de seis meses em liberdade condicional, e o investigador privado Glenn Mulcaire, condenado a quatro meses em liberdade condicional. Os dois deverão realizar trabalhos comunitários.

Coulson permaneceu por vários anos no jornal antes de começar a trabalhar para Cameron, primeiro quando o político era líder da oposição conservadora e depois quando chegou ao poder, em maio de 2010.

No entanto, o ex-diretor de comunicações de Cameron será submetido a um novo julgamento por uma acusação que ficou pendente, pois o veredito do júri, que foi dissolvido, não foi unânime.

O jornalista será julgado, em uma data ainda por determinar, por supostamente ter subornado um policial para obter os números de telefones de membros da família real.

Além de Coulson, o ex-jornalista Clive Goodman, que cobria a realeza para o News of the World, será julgado pelo mesmo crime.

A ex-diretora do jornal, Rebekah Brooks, foi absolvida na semana passada de todas as acusações relacionados com as escutas ilegais.

O marido de Brooks, Charlie Brooks, e seu assistente pessoal, Cheryl Carter, ambos acusados no caso, foram absolvidos de obstrução à justiça.

Outro dos acusados, o diretor de segurança “News of the World”, Mark Hanna, também foi absolvido de obstrução à justiça, assim como o ex-diretor gerente do dominical Stuart Kuttner.

O caso gerou uma grande comoção no Reino Unido ao ser revelado em 2011 o alcance dos grampos do “News of the World”.

O dono do jornal, o empresário Rupert Murdoch, decidiu em 2011 fechá-lo por causa do escândalo. EFE

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