Ex-ditador do Chade se nega pela 2ª vez a comparecer em julgamento
Dacar, 7 set (EFE).- O ex-ditador do Chade Hissène Habré se negou nesta segunda-feira a comparecer nas Salas Africanas Extraordinárias (SAE), em Dacar, no Senegal no reatamento de seu julgamento após um adiamento de 45 dias ordenado pelo tribunal que julga por ter ordenado o assassinato de 40 mil pessoas entre 1982 e 1990.
“O acusado não quer vir à sala”, anunciou o promotor do caso, Mbacké Fall, que pediu ao tribunal que obrigasse Habré a comparecer, assim como na primeira das sessões do julgamento, que ocorreu no dia 20 de julho deste ano.
Em uma sala muito menos movimentada do que quando começou a audiência, o presidente do tribunal, o burquinês Gberdao Gustave Kam, ordenou que os agentes judiciais fossem buscar Habré, que não reconhece a legitimidade da SAE, e se viu obrigado a estabelecer o adiamento para a sessão de hoje.
Dois dos três advogados do ex-mandatário chadiano estavam presentes no julgamento desta segunda-feira, o que representa uma mudança radical em relação à primeira sessão, quando os defensores de Habré se recusaram a comparecer, obrigando o juiz Kam a optar pela suspensão e pela convocação de novos advogados.
Mais de cem vítimas, que estão em Dacar para atuar como testemunhas da acusação, também estavam presentes enquanto esperavam com ansiedade a entrada de Habré, que querem ver condenado pelas atrocidades cometidas durante os oito anos de regime militar.
O ex-ditador do Chade foi detido em junho de 2013, no Senegal, após passar 22 anos exilado no país africano. Ele é acusado de crimes de guerra, contra a humanidade, por ordenar o assassinato de 40 mil dissidentes políticos e dirigir um programa sistemático de torturas que afetou 200 mil pessoas. EFE
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