Ex-ditador Noriega será julgado no Panamá pelo desaparecimento de opositor
Cidade do Panamá, 4 mai (EFE).- No próximo dia 21 de maio o ex-ditador Manuel Antonio Noriega, que está na prisão no Panamá desde 2011 por crimes durante seu regime (1983-1989), se sentará novamente no banco dos réus pelo desaparecimento e morte do dirigente esquerdista, Heliodoro Portugal, informou nesta segunda-feira a Suprema Corte de Justiça do país.
A Justiça panamenha abriu em 2010 uma causa contra o ex-militar por sua suposta responsabilidade no desaparecimento, em 1970, e posterior morte de Portugal, quando Noriega era o chefe da extinta Guarda Nacional e braço direito do ditador Omar Torrijos (1968-1981).
O opositor Portugal foi detido por militares na Cidade do Panamá em maio de 1970 e seu corpo foi achado em setembro de 1999 nas imediações de um antigo quartel militar próximo ao aeroporto internacional de Tocumen, na capital panamenha.
Por graves violações aos direitos humanos, Noriega, de 81 anos, cumpre uma condenação de 60 anos na prisão El Renacer, nos arredores da capital panamenha, aonde chegou extraditado pela França em 2011.
O ex-ditador, que foi derrubado e capturado em 20 de dezembro de 1989 durante uma violenta invasão americana, esteve preso duas décadas na França por lavagem de capitais, e nos Estados Unidos por narcotráfico.
Desde que foi transferido ao Panamá, Noriega foi internado várias vezes no hospital afligido de insuficiências respiratórias e crise hipertensivas, entre outras afecções.
Sua família e sua defesa pediram em reiteradas ocasiões o benefício da prisão domiciliar, mas até agora todas suas reivindicações foram negadas.
Noriega já foi convocado para julgamento em setembro do ano passado pelo homicídio de outro esquerdista, Luis Antonio Quirós, desaparecido em 1969. EFE
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