Ex-líder guerrilheiro congolês se declara inocente de crimes de guerra
Haia, 2 set (EFE).- Bosco Ntaganda, o ex-líder congolês apelidado de “Terminator” e acusado de crimes de guerra e contra a humanidade supostamente cometidos na República Democrática do Congo (RDC) entre 2002 e 2003, se declarou “inocente” nesta quarta-feira perante os juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI).
“Me declaro inocente de todas as acusações”, afirmou o ex-líder guerrilheiro depois da leitura das acusações no primeiro dia de seu julgamento em Haia.
O processo contra Ntaganda começou com a leitura da cronologia dos fatos pelo juiz Robert Fremr, desde que em 2006 a corte ditou a ordem de detenção contra o ex-chefe adjunto do Estado-Maior Geral das denominadas Forças Patrióticas para a Libertação do Congo.
O ex-líder das milícias rebeldes apareceu mais magro que nas últimas imagens divulgadas após sua transferência a Haia em 2013.
Seu conselheiro legal, Stéphane Bourgon, já havia antecipado ontem em entrevista coletiva que o acusado tinha perdido peso, mas confirmou que se encontra “com boa saúde”.
Após as alegações iniciais que durarão até a próxima sexta-feira, a partir de 15 de setembro começarão os testemunhos e acareações.
Ntaganda, que embora tenha nacionalidade congolesa é ruandês da etnia tutsi de nascimento, responde a 13 acusações de crimes de guerra e outros cinco contra a humanidade supostamente cometidos na região de Ituri (ao nordeste da República Democrática do Congo).
Trata-se das acusações de assassinato e tentativa de assassinato, ataque a civis, estupro, escravidão sexual de civis, pilhagem, deslocamento de civis, ataque a objetos protegidos e destruição de propriedades.
Ntaganda também é acusado do alistamento e recrutamento de crianças-soldado menores de 15 anos e de utilizá-los para participar ativamente em hostilidades, de perseguição e de transferência forçosa da população entre setembro de 2002 e setembro de 2003 em Ituri. EFE
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