Ex-médico Roger Abdelmassih chega em SP e é entregue à Polícia Civil

  • Por Jovem Pan
  • 20/08/2014 16h09
SÃO PAULO, SP, 20.08.2014: ROGER ABDELMASSIH - O ex-médico Roger Abdelmassih é conduzido por policiais civis após chegar no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Abdelmassih foi condenado em 2010 a 278 anos de prisão por 48 estupros cometidos contra 37 mulheres. Ele estava foragido desde janeiro de 2011 e liderava a lista de procurados da Secretaria da Segurança de Pública de São Paulo. O ex-médico foi preso em Assunção, capital paraguaia, na terça-feira (19). (Foto: Nelson Antoine/Frame/Folhapress) Nelson Antoine/Frame/Folhapress Roger Abdelmassih é escoltado por polícias em Congonhas

O ex-médico condenado a 278 anos de cadeia pela prática de 56 estupros, Roger Abdelmassih, desembarcou em São Paulo e está sendo encaminhado para a delegacia Polícia Civil. Ele foi preso ontem em Assunção, no Paraguai, e levado para Ciudad Del Leste sob custódia da Polícia Federal.

Abdelmassih passou por exames de corpo de delito no ambulatório da Delegacia do Turista, no aeroporto de Congonhas. De acordo com o delegado da polícia civil Nico Gonçalves, um boletim de ocorrência de captura foi lavrado no local e o preso será encaminhado para o presídio de Tremembé, no interior do Estado. “Estamos tratando ele como um preso comum. Esse procedimento que adotamos é o de praxe para qualquer preso”, diz o delegado.

Segundo Nico, o ex-médico chorou quando foi perguntado se tinha filhos. “Nesse momento foi quando ele mais sentiu”, diz o delegado.

Um princípio de confusão ocorreu durante o desembarque do ex-médico. Pelo menos sete mulheres vítimas de abuso aguardavam no local e tentaram agredir Abdelmassih quando ele passou pelo cordão de isolamento da Polícia Civil.

O Ministério Público chegou ao paradeiro de Abdelmassih a partir da investigação em uma fazenda de Avaré, no interior paulista, no mês de maio. O procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, disse ao repórter Anderson Costa quais foram os indícios encontrados no local.

“Nesta área rural, o Ministério Público obteve o mandado judicial que foi cumprido com o apoio da Polícia Civil para saber se ele estava lá ou se tinha estado lá. Fizemos neste local a apreensão de documentos e de informações. Uma das suspeitas é de que empresas teriam sido utilizadas para promover lavagem de dinheiro, para fazer a remessa de dinheiro para o exterior.”

O promotor de Justiça afirmou que outras pessoas colaboraram para que Roger Abdelmassih vivesse no Paraguai. Luiz Henrique Cardoso Dal Poz explicou como funcionava o esquema para que o ex-médico pudesse se manter fora do país.

“Havia uma rede de favorecimento a essa fuga e para possibilitar esse favorecimento à prática de outros crimes. (…) Falsidade ideológica, falsidade documental numa estrutura que possibilitava a engrenagem, a circulação financeira para custear essa fuga dele.”

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.