Ex-membro da Al Qaeda diz que realeza saudita ajudou grupo militante

  • Por Reuters
  • 04/02/2015 14h42

Um ex-agente da Al Qaeda que cumpre prisão perpétua por participação nos ataques de 11 de setembro de 2001 disse a advogados de vítimas do atentado que membros da família real da Arábia Saudita deram apoio ao grupo militante islâmico.

Zacarias Moussaoui fez as declarações em depoimento prestado em um tribunal federal em Manhattan, na terça-feira, a advogados das vítimas que acusam a Arábia Saudita, em um processo judicial, de fornecer apoio material à Al Qaeda.

Moussaoui afirmou que uma lista de doadores do final dos anos 1990 que ele montou durante o regime de Osama bin Laden à frente da Al Qaeda incluía algumas autoridades sauditas “extremamente famosas”, incluindo o príncipe Turki al-Faisal Al Saud, ex-chefe de inteligência da Arábia Saudita.

“O xeique Osama queria manter registrado quem dava dinheiro, porque… era quem seria ouvido ou quem contribuía – para a jihad”, disse Moussaoui, cidadão francês, de 46 anos, que confessou ser culpado de terrorismo em 2005.

Moussaoui disse que se encontrou em Kandahar com uma autoridade da embaixada da Arábia Saudita em Washington. Ele afirmou que os dois iriam juntos a Washington para encontrar um local “apropriado para realizar um ataque” contra o avião presidencial dos Estados Unidos, o Air Force One.

Em Washington, a embaixada saudita disse nesta quarta-feira que as acusações de Moussaoui pareciam ter o objetivo de prejudicar os laços entre Arábia Saudita e os Estados Unidos, e contradiziam as descobertas de uma comissão sobre o 11 de Setembro, que apontou não haver financiamento saudita à Al Qaeda.

“Moussaoui é um criminoso louco cujos próprios advogados apresentaram evidências de que ele é mentalmente incapaz”, disse a embaixada saudita. “Suas palavras não têm credibilidade”.

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