Ex-ministro de Burkina Fasso é detido por suposto vínculo com golpe

  • Por Agencia EFE
  • 29/09/2015 20h41

Ouagadogou, 29 set (EFE).- O ex-ministro de Relações Exteriores de Burkina Fasso Djibrill Bassolé, muito próximo ao ex-presidente Blaise Compaoré, foi detido nesta terça-feira por suposto vínculo com o golpe de Estado perpetrado no último dia 16 por uma facção do Exército, informaram a imprensa local.

Esta detenção aumenta ainda mais o clima de tensão no país, cujas autoridades voltaram a fechar hoje até novo aviso o aeroporto da capital, Ouagadogou, segundo a emissora “Rádio Ômega”.

Bassolé foi detido depois que o Exército leal ao governo de transição denunciou ontem que a guarda presidencial, unidade responsável pelo golpe, se nega a iniciar o processo de desarmamento estipulado para pôr fim à crise no país.

A Polícia deteve Bassolé em sua casa pelo suposto vínculo com os rebeldes, acusado de conspirar junto ao general Gilbert Diendéré, líder golpista e aliado de Compaoré, que em novembro do ano passado renunciou após 27 anos de mandato em meio a grandes protestos.

Em comunicado, Bassolé negou qualquer vinculo com o golpe de Estado perpetrado pelos militares para pôr fim à transição no país.

Há poucos dias, a Justiça de Burkina Fasso embargou por um período de três meses os bens dos responsáveis do golpe de Estado, entre os que figurava Bassolé.

O ex-ministro pretendia se postular como candidato para as eleições presidenciais previstas para 11 de outubro, mas o Conselho Constitucional rejeitou sua candidatura de acordo com a nova Lei eleitoral, que proíbe àqueles que respaldaram Compaoré a concorrer.

Em 16 de setembro, o Conselho de Ministros foi interrompido por um grupo de militares que, após deter o presidente e o primeiro-ministro, declararam o fim do governo de transição e nomearam Diendéré novo líder da transição.

Após dias de confusão, o Exército decidiu apoiar o regime democrático e transferiu todas suas tropas a Ouagadogou, com o objetivo de desarmar aos golpistas.

A pressão do Exército e as intensas negociações de países como o Senegal e Benin, respaldados pelos Estados Unidos e França, conseguiram que os golpistas renunciassem à intenção de deter o poder até as eleições. EFE

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