Ex-ministro de Chávez é suspenso da direção de partido após apoiar Giordani

  • Por Agencia EFE
  • 25/06/2014 13h17

Caracas, 25 jun (EFE).- O ex-ministro de Educação venezuelano Héctor Navarro foi suspenso da direção nacional do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) após apoiar publicamente o ex-vice-presidente de Planejamento Jorge Giordani e pedir que sejam respondidas as denúncias feitas por ele.

A direção nacional do PSUV decidiu “que eu passe pelo Tribunal Disciplinar do partido” e também a cessação “imediata de minhas funções como membro do mesmo, de modo que (…) até que eu seja julgado adequadamente, não represento formalmente meu partido, o PSUV”, escreveu Navarro em um comunicado público.

O comunicado, divulgado através do Twitter da também ex-ministra Ana Elisa Osorio, aconteceu depois que Navarro defendeu publicamente em carta o ex-vice-presidente Jorge Giordani pedindo que não seja chamado de traidor e que suas denúncias feitas em 18 de junho sejam respondidas.

Então, Giordani, que tinha foi destituído do cargo de vice-presidente no dia anterior, acusou o presidente, Nicolás Maduro, de não transmitir liderança, de dar sensação de vazio de poder e de tomar decisões equivocadas em matéria econômica.

Navarro exigiu na carta que sejam averiguadas as irregularidades na entrega de divisas administradas pelo governo, uma fraude reconhecida pelo próprio governo e denunciada pelo próprio Giordani há mais de um ano, e solicitou que Maduro se comporte “como um estadista” frente às críticas a sua gestão.

“O traidor é Giordani porque, por exemplo, denunciou a atribução de dólares por empresas e propôs cursos de ação para impedir que isso seguisse ocorrendo? Ou traidores são os que atribuíram os dólares que hoje requerem os hospitais?”, se perguntou Navarro.

“Acho que estamos desviando a atenção do que é verdadeiramente importante”, acrescentou.

Posteriormente, na mensagem na qual informou a decisão do PSUV, Navarro disse que a situação colocada com Giordani “despertou um interesse notável e isto é muito importante”.

“É uma demonstração de maturidade política nossa, e em geral de todo nosso processo revolucionário, independentemente do que aconteça no final”, indicou.

Maduro reagiu na semana passada à carta de Giordani assegurando que não há desculpa para “trair” o projeto revolucionário iniciado por Chávez e criticou os “grandes egos” de alguns “companheiros”.

“Eu sou um homem dos senhores, do povo. Podemos passar por momentos de dificuldades, hoje, amanhã, quem sabe quando, mas sempre terão em mim, um homem humilde, leal até além desta vida ao comandante Chávez, portanto exijo máxima lealdade e disciplina de todas as forças revolucionárias, de todos os líderes revolucionários”, indicou ontem Maduro em um ato oficial. EFE

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