Ex-premiê da Tailândia deverá responder por negligência na Suprema Corte

  • Por Agencia EFE
  • 23/01/2015 03h49
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Bangcoc, 23 jan (EFE).- A ex-primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, será levada à Suprema Corte do país, onde pode ser indiciada criminalmente por negligência, informou nesta sexta-feira o procurador-geral da Tailândia.

“O escritório do procurador-geral considerou os depoimentos das testemunhas e as provas apresentadas pela equipe de trabalho do Comitê Anticorrupção e está de acordo em fazer uma acusação penal contra Yingluck”, disse Surasak Threerattrakul à imprensa.

Se for considerada culpada, a ex-chefe do Executivo tailandês pode ser condenada a 10 anos de prisão.

Yingluck prestou depoimento ontem na Assembleia Nacional Legislativa por um suposto caso de corrupção relacionado com o plano de subsídios aos produtores de arroz, durante o seu mandato, e que provocou perdas milionárias aos cofres do Estado.

Yingluck, que acabou deposta por uma polêmica decisão judicial antes do golpe de Estado de maio do ano passado, se declarou inocente de qualquer irregularidade no plano de subsídios.

A ex-governante garantiu que o plano ajudou 20 milhões de camponeses e pôs em circulação milhões de bats (moeda do país), o que ajudou à economia, e cujos gastos representaram apenas 3% do tesouro.

Os deputados da Assembleia, escolhidos a dedo pela junta militar que governa o país, votarão ao longo do dia se consideram Yingluck como culpada, o que pode lhe render cinco anos de inabilitação da vida política.

Por outro lado, Vicha Mahakun, da Comissão Anticorrupção, opinou que o plano foi uma estratégia eleitoral da ex-primeira-ministra, ao prometer pagar 15 mil bats (US$ 459) por tonelada de arroz, quando o preço do mercado estava em 7,5 mil bats.

Segundo o comissário, a iniciativa causou perdas de 518 milhões de bats (US$ 15 milhões), fomentou a corrupção e causou prejuízo aos produtores pelo atraso dos pagamentos.

Em maio de 2014, o Tribunal Constitucional do país forçou a renúncia de Yingluck ao considerá-la culpada de abuso de poder e, posteriormente, a Comissão Anticorrupção começou a averiguar as irregularidades pelos subsídios ao arroz.

Algumas semanas depois da renúncia de Yingluck, no dia 22 de maio, o Exército da Tailândia dissolveu o parlamento e tomou o poder com um golpe.

O atual Executivo, liderado pelo ex-general e atual chefe da junta militar, Prayuth Chan-ocha, garantiu que no final de 2015 acontecerão eleições democráticas, mas alguns membros do Gabinete advertem que essa data poderá ser postergada em um ano.

A Tailândia vive uma grave crise política desde o último golpe de Estado, em 2006, contra Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck.

Thaksin, que ainda tem grande influência na política tailandesa e conta com vários simpatizantes, vive no exílio para evitar uma condenação de dois anos de prisão por corrupção. EFE

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