Ex-presidente boliviano afirma que a integração na região é “retórica”

Foz do Iguaçu, 25 jun (EFE).- O ex-presidente da Bolívia Jorge Quiroga pediu nesta quinta-feira um maior protagonismo do Brasil na integração econômica da América Latina e criticou o Mercosul, que segundo ele segue uma linha de “discurso e retórica que, na prática, não funciona”.

“O único lugar em que o Mercosul funciona é no Barcelona com Neymar, Messi e Suárez”, ironizou o ex-mandatário durante sua participação no 6º Fórum Mundial do Meio Ambiente, em Foz do Iguaçu.

Convidado para debater os problemas gerados pelas mudanças climáticas para a região, Quiroga cobrou do Brasil uma postura mais ativa na liderança do bloco integrado também por Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela como membros plenos.

“É triste que no século XXI o país latino-americano mais dominante e influente na agenda política internacional seja a Venezuela. Isso só é possível porque existe um vazio gerado quando o Brasil não assume o papel que tem”, declarou Quiroga aos participantes do evento, em sua maioria empresários brasileiros.

O líder opositor boliviano afirmou que a América Latina precisa “explorar” suas principais riquezas energéticas, como seu potencial em hidroeletricidade, gás e lítio, mineral que possui cerca de 90% de suas reservas concentradas na América do Sul.

“Parece mais fácil colocar a culpa nos outros e não aproveitar as oportunidades que temos. Deus já deixou claro para os sul-americanos as vantagens de nosso potencial energético”, ressaltou Quiroga.

O político boliviano, que governou entre 2001 e 2002, comparou o papel do Brasil na América Latina ao exercido por Alemanha, França e Inglaterra na Europa em matéria de integração, apesar dos problemas políticos e econômicos enfrentados atualmente.

O Fórum Mundial do Meio Ambiente, promovido pelo grupo empresarial brasileiro Lide, reúne durante dois dias políticos, acadêmicos e empresários para discutir temas sobre mudanças climáticas no planeta. EFE