Ex-presidente da Guatemala é condenado nos EUA por lavagem de dinheiro

  • Por Agencia EFE
  • 22/05/2014 17h34

Nova York, 22 mai (EFE).- O ex-presidente da Guatemala, Alfonso Portillo, foi condenado nesta quinta-feira por um tribunal federal de Nova York a cinco anos e dez meses de prisão por lavagem de dinheiro obtido de um suborno do governo de Taiwan, informou a promotoria.

O juiz James Patterson considerou que o delito de Portillo foi um “abuso da confiança pública” e lhe obrigou a devolver os US$ 2,5 milhões que aceitou como suborno do governo de Taiwan para que a Guatemala o reconhecesse diplomaticamente e terá que pagar, além disso, uma multa de US$ 100.

Portillo, que exerceu a presidência de 2000 a 2004, lavou o dinheiro dos subornos em bancos americanos e europeus e foi extraditado da Guatemala para Nova York em maio do ano passado.

O ex-presidente guatemalteco, após rejeitar todos as acusações apresentados pela procuradoria do distrito Sul de Nova York em janeiro de 2010, que lhe acusavam de “transformar o posto da presidência da Guatemala em seu caixa automático pessoal”, se declarou culpado em 18 de março de um deles, pelo qual foi sentenciado hoje.

Na ocasião, chegou a um acordo com a procuradoria para diminuir sua pena máxima de 20 anos a 71 meses, motivo pelo qual a condenação de hoje se aproximou desse máximo estipulado.

Alfonso Portillo, de 62 anos, tinha recebido estes subornos entre dezembro de 1999 – semanas antes de seu assumir seu mandato como presidente – e agosto de 2002 e os 2,5 milhões foram pagos em cinco cheques, três dos quais, de um total de US$ 1,5 milhão, foram emitidos no ano 2000 e endossados pelo próprio Portillo, após o que foram depositados em uma conta bancária em Miami.

Outros dois cheques de um total de US$ 1 milhão foram emitidos a favor de uma companhia denominada Oxxy Financial e depositados também em Miami.

De todo esse dinheiro, US$ 1,5 milhão foram depositados em contas que Portillo, sua esposa e sua filha tinham no banco espanhol BBVA em Paris e parte desse dinheiro foi posteriormente lavado em bancos da Suíça e Luxemburgo, entre outros lugares.

Por não ser cidadão americano, Portillo não será submetido a liberdade vigiada ou a multas adicionais uma vez que cumpra sua pena, mas será trasladado diretamente à Guatemala, explicaram fontes da promotoria. EFE

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