Ex-presidente do Chile afirma que paz na Colômbia será exemplo para o mundo

  • Por Agencia EFE
  • 01/07/2014 18h16

Cartagena (Colômbia), 1 jul (EFE).- Um acordo de paz na Colômbia será um exemplo para a América Latina e para o mundo, afirmou nesta terça-feira o ex-presidente do Chile, Ricardo Lagos, em discurso na Cúpula da Terceira Via, que acontece na cidade de Cartagena, na Colômbia.

Dirigindo-se a cerca de mil de empresários presentes ao debate, Lagos disse que em questões de violência como a que a Colômbia vive há meio século “cada caso é particular”.

“Vocês não têm o direito de fracassar diante deste desafio que têm como país, não porque estaríamos dando um exemplo ao mundo como latino-americanos de que podemos resolver este conflito aqui”, defendeu.

O Chile é, junto com a Venezuela, um dos “observadores” das negociações de paz do governo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que acontecem em Havana desde novembro de 2012, em que Cuba e Noruega atuam como “fiadores”.

Lagos acrescentou que a paz que a Colômbia está tentando “é um caso muito especial” porque “justiça sem impunidade é uma equação complexa e dura”, em referência ao mecanismo de “justiça transicional” desenhado pelo governo para processar os responsáveis por crimes cometidos durante o conflito armado.

Segundo Lagos, as mortes e a violência não podem continuar no país e por isso é importante que o processo de paz conduzido pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que também participou do debate, tenha sucesso.

Também participaram do debate o ex-presidente do governo espanhol, Felipe González, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Lagos acrescentou que a Colômbia é uma das economias mais sólidas da América Latina e se chegar à paz com a guerrilha poderá consolidar sua posição regional, porque os esforços e recursos que hoje se destinam ao conflito armado serão investidos em outro tipo de guerra: “por melhor educação, melhor saúde, melhor habitação, melhor terceira idade”.

“A Colômbia está destinada a ser o número três da América Latina (depois de Brasil e México) e isso é uma responsabilidade de todos vocês”, destacou o ex-presidente chileno. EFE

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