Ex-presidente do Irã Akbar Hashemi Rafsanjani morre aos 82 anos
O ex-presidente do Irã Akbar Hashemi Rafsanjani, um magnata multimilionário que permaneceu dentro da elite governante apesar de suas opiniões moderadas, morreu neste domingo, informou a TV estatal do país. Ele tinha 82 anos. A imprensa iraniana informou que ele foi levado para um hospital ao norte de Teerã devido a uma condição cardíaca. A televisão estatal interrompeu a programação para anunciar a sua morte e destacou que Rafsanjani “depois de uma vida cheia de esforços incansáveis no caminho do Islã e da revolução, partiu para o céu elevado”.
Rafsanjani foi um colaborador próximo do aiatolá Ruhollah Khomeini, o líder da Revolução Islâmica de 1979, e atuou como presidente do Irã entre 1989 e 1997, durante um período de mudanças significativas no país. Na época, o Irã estava lutando para reconstruir a sua economia depois de uma guerra devastadora de 1980 a 1988 com o Iraque, ao mesmo tempo em que permitia cautelosamente algumas liberdades, como as concedidas à indústria de cinema e mídia nacional.
Ele também supervisionou os principais desenvolvimentos do programa nuclear do Irã, negociando acordos com a Rússia para construir um reator de produção de energia em Bushehr, que finalmente entrou em funcionamento em 2011, após longos atrasos. Nos bastidores, ele coordenou a compra secreta de tecnologia e equipamentos do Paquistão e de outros lugares.
Rafsanjani conseguiu permanecer dentro da teocracia governante depois de deixar o cargo, mas qualquer sonho de assumir um papel de estadista de alto escalão desmoronou com a disputada reeleição de Mahmoud Ahmadinejad em 2009 e a intensa repressão subsequente. A dura crítica de Rafsanjani a Ahmadinejad o classificou como um dissidente aos olhos de muitos conservadores Contudo, alguns analistas acreditam que Rafsanjani continuou atuante dentro da política iraniana por ser visto como potencial mediador com os Estados Unidos e os seus aliados no impasse sobre o programa nuclear do Irã. Com a eleição presidencial de Hassan Rouhani em 2013, o ex-presidente teve papel privilegiado em esforços reformistas que incluíram as negociações nucleares diretas com Washington.
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