Ex-presidentes da Ucrânia pedem que Parlamento ordene mobilização

  • Por Agencia EFE
  • 02/03/2014 05h03
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Kiev, 2 mar (EFE).- Leonid Kravchuk, Leonid Kuchma e Viktor Yushchenko – três ex-presidentes da Ucrânia – pediram à Rada Suprema (Parlamento) neste domingo que ordene a mobilização do país para preparar sua defesa.

“Pedimos à Rada Suprema da Ucrânia que se reúna imediatamente. É preciso ordenar uma mobilização e para estarmos preparados para defender nossa terra”, disseram os três ex-mandatários em uma declaração conjunta publicada hoje pelo site do jornal “Ukrainskaya Pravda”.

Também pediram ao Parlamento da Rússia que “dê um passo para trás e renuncie a uma intervenção militar que pode transformar russos e ucranianos em inimigos”.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu e recebeu autorização do Senado de seu país para usar as Forças Armadas russas na Ucrânia, uma solicitação que justificou com a necessidade de defender os interesses e a segurança dos cidadãos de etnia russa que vivem em território ucraniano.

Kiev denunciou que vários alvos estratégicos foram tomados na república autônoma da Crimeia, no sul da Ucrânia, por militares russos, como o aeroporto de Simferopol, um posto da Guarda de Fronteiras em Sebastopol e uma base antimísseis da Força Aérea ucraniana.

“A Crimeia é território da Ucrânia. Isso é um axioma para todo cidadão ucraniano, para todo político ucraniano”, afirmaram Kracvchuk, Kuchma e Yushchenko em sua declaração.

Os três destacaram que pela primeira vez em sua história recente os ucranianos enfrentam uma crise que ameaça a unidade e a soberania do país e que pode desembocar em uma “catástrofe nacional e na destruição da Ucrânia”.

“Os diplomatas ainda podem falar mais alto que as armas. A União Europeia deve enviar uma missão de negociadores e observadores o mais rápido possível para a Ucrânia para a resolução de um possível conflito no país”, acrescentaram os ex-presidentes.

Em sua declaração, pediram que o Legislativo denuncie os acordos assinados em 2010 com a Rússia que prolongaram até 2042 a permanência da base da frota russa do Mar Negro na península da Crimeia e que assine o mais rápido possível um acordo de associação com a União Europeia.

A Rússia, acrescentaram os ex-presidentes, “se aproveitou das dificuldades políticas na Ucrânia para jogar a chamada carta da Crimeia em favor de seus interesses, ignorando suas obrigações com a Ucrânia”.

Além disso, os antigos chefes de Estado ucranianos pediram ao presidente interino do país, Aleksander Turchinov, que se recuse a “dividir os ucranianos, rejeite a purificação total e a substituição da lei pela conveniência política”. EFE

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