Ex-presos de Guantánamo deixam hospital para viver vida normal no Uruguai

  • Por Agencia EFE
  • 11/12/2014 11h49

Montevidéu, 11 dez (EFE).- Os seis ex-presos de Guantánamo (Cuba), amparados recentemente no Uruguai como refugiados, deixaram nesta quinta-feira o hospital onde passaram por exames médicos para se instalarem temporariamente e até que “normalizem sua situação” em uma casa disponibilizada por um sindicato local.

“Achamos que em dois ou três meses estarão em condições de poder se movimentar sozinhos pelo país, adaptados e andando tranquilamente”, disse à Agência Efe o secretário de Propaganda e Relações Internacionais do sindicato PIT CNT, Gabriel Molina.

A hospedagem se estenderá até que encontrem trabalho e recebam um salário para “viver como vive qualquer uruguaio”, acrescentou Molina, após confirmar que diferentes empresas já propuseram ofertas de emprego para estes refugiados.

O PIT CNT comunicou ao governo uruguaio sua proposta de tutelar os seis homens – quatro sírios, um palestino e um tunisiano – oferecendo-lhes hospedagem de forma transitória e os ajundando nos aspectos básicos de sua alimentação, inserção social e laboral, até que “se adaptem ao país”.

O vice-chanceler do Uruguai, Luis Porto, assegurou recentemente que a Lei de Refúgio proíbe divulgar informação sobre a situação dos seis ex-presos transferidos de Guantánamo para o país.

É por isso que a saída do hospital foi feita de madrugada e com discrição, a fim de preservar a privacidade dos refugiados.

Por enquanto, os seis homens planejam ficar no Uruguai, segundo o porta-voz sindical, mas “se quiserem sair do país, podem ir”, disse, após pedir à imprensa para “não assediá-los e deixá-los em paz”.

Além disso, alguns dos refugiados já falaram de sua intenção de receber suas famílias.

Através de um comunicado, o PIT CNT tornou pública no dia 9 de dezembro sua solidariedade aos ex-prisioneiros, “os quais não podem ser acusados de ato ilícito algum e que, no entanto, sofreram muitos anos de prisão e maus-tratos físicos e psicológicos”, segundo a nota.

“Compartilhamos a decisão do presidente José Mujica e de seu governo de abrir as portas a estes cidadãos (…) Decisões deste calibre cultivam um dos valores mais caros para o movimento sindical, como o da solidariedade”, destacou no comunicado o sindicato, que também ajudou as famílias sírias que recentemente chegaram ao Uruguai escapando da guerra de seu país. EFE

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