Ex-primeira-dama da Coreia do Sul chega ao Norte para promover distensão
Seul, 5 ago (EFE).- Lee Hee-ho, a viúva do ex-presidente sul-coreano e prêmio Nobel da Paz, Kim Dae-jung, chegou nesta quarta-feira à Coreia do Norte,para uma viagem de quatro dias com a qual espera ajudar a diminuir as tensões entre Norte e Sul, informou a agência estatal “KCNA”.
A agência de notícias do regime comunista anunciou em um breve comunicado a chegada a Pyongyang de Lee, de 93 anos, procedente do aeroporto internacional de Incheon, ao oeste de Seul.
A viúva de Kim Dae-jung “espera que sua visita sirva para aplanar o caminho rumo ao diálogo, aos intercâmbios e à cooperação entre as duas Coreias”, declarou um dos 19 membros de sua delegação aos meios de comunicação sul-coreanos antes de partir.
As relações entre Sul e Norte, que tecnicamente seguem em guerra, estiveram marcadas pela tensão e os conflitos desde o início do ano, razão pela qual espera-se que a visita de Lee Hee-ho sirva como primeiro passo rumo ao diálogo entre ambos governos.
A primeira-dama sul-coreana entre 1998 e 2003 permanecerá até sábado no país vizinho, onde deve comparecer a uma creche e um hospital infantil em Pyongyang, além de visitar o turístico monte Myohyang, ao norte da capital.
Na Coreia do Sul se observa com expectativa a viagem, pela possibilidade que Lee tenha algum tipo de encontro com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, que desde sua chegada ao poder em 2011 nunca se reuniu oficialmente com personalidades da Coreia do Sul nem de outro país.
Ambos estavam em 2011 em Pyongyang quando ela viajou para oferecer suas condolências pela morte do ditador Kim Jong-il, pai do atual líder, mas não tiveram reunião alguma.
Kim Dae-jung, seu marido falecido em agosto de 2009, foi o arquiteto da chamada “política do sol” que de 1998 a 2007 serviu para estreitar os laços entre as duas Coreias após anos de profunda inimizade.
O ex-presidente, agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 2000 por sua contribuição à melhora dos laços bilaterais, protagonizou nesse mesmo ano junto ao então ditador norte-coreano, Kim Jong-il, a histórica primeira cúpula entre os líderes do Sul e do Norte.
Os dois países seguem tecnicamente em guerra já que o conflito no qual se envolveram (1950-1953) terminou com um armistício ao invés de um tratado de paz. EFE
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