Ex-primeiro-ministro do Kosovo é detido por ordem de detenção da Sérvia
Belgrado, 17 jun (EFE).- O ex-comandante guerrilheiro e ex-primeiro-ministro do Kosovo Ramush Haradinaj foi detido nesta quarta-feira em Liubliana por uma ordem de captura emitida pela Sérvia em 2004, informaram os meios de comunicação locais.
Haradinaj, líder da agora opositora e parlamentar Aliança para o Futuro do Kosovo (AAK), foi detido nesta tarde no aeroporto da capital eslovena, onde fazia escala de volta a Pristina de uma viagem ao estrangeiro.
A Justiça sérvia o reivindica pela suspeita de crimes de guerra contra civis durante a guerra do Kosovo (1998-1999) entre a então guerrilha separatista do Exército de Libertação do Kosovo (UCK) e as forças sérvias.
Um porta-voz da polícia eslovena, Bojan Kos, confirmou em declarações ao site “Lajmi” a detenção de um “cidadão kosovar”.
No entanto, Haradinaj se negou a revelar a identidade do detido até que terminem “os procedimentos jurídicos” e que preste seu depoimento perante um juiz de instrução.
As autoridades do Kosovo indicaram que estão em comunicação com a polícia eslovena “para que sejam esclarecidas as circunstâncias em torno da detenção de Haradinaj”, segundo os meios kosovares.
Em Pristina, várias dezenas de partidários da AAK se congregaram diante do edifício da embaixada da Eslovênia na capital kosovar para pedir explicações sobre a detenção do líder e pedir sua libertação.
Haradinaj, um dos comandantes da antiga guerrilha do UCK, foi nos últimos 15 anos uma das figuras mais influentes do Kosovo.
Foi primeiro-ministro entre dezembro de 2004 e março de 2005, quando renunciou pelas acusações de crimes de guerra do Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII), que o absolveu em 2008, e de novo em 2012, após um novo julgamento.
No Kosovo, Hararinaj foi recebido em ambas as ocasiões como um herói, enquanto na Sérvia consideraram “injusta” sua absolvição.
Kosovo, antiga província sérvia povoada por uma maioria de albaneses étnicos, proclamou em 2008 de forma unilateral sua independência da Sérvia. EFE
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