Ex-primeiro-ministro populista é favorito contra líder socialista na Bulgária

  • Por Agencia EFE
  • 02/10/2014 19h24
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Sófia, 2 out (EFE).- O populista conservador Boiko Borisov, primeiro-ministro até fevereiro de 2013, quando renunciou após uma onda de protestos sociais contra sua política econômica, desponta como o provável vencedor das eleições legislativas antecipadas deste domingo, as segundas em menos de ano e meio.

Seu rival mais próximo, de acordo com as enquetes de opinião, é o líder socialista Mihail Mikov, que, no entanto, parece ter poucas possibilidades de chegar ao poder.

Segundo as últimas pesquisas, o partido Cidadãos para o Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB), de Borisov, alcançará até 36% dos votos, frente ao estimado 22,5% do Partido Socialista Búlgaro (PSB).

Apesar do apoio a Borisov, um antigo guarda-costas e carateca apelidado “Batman”, parecer ter baixado um pouco desde 2009, quando conquistou o poder com 39% dos votos, continua sendo o político mais popular do país.

No entanto, outra pesquisa recente revelou que quase 60% dos búlgaros considera que seu retorno ao poder seria ruim para o país balcânico, o mais pobre da União Europeia (UE).

Borisov, de 55 anos, abandonou o poder após uma onda de protestos que sacudiu o país em janeiro e fevereiro de 2013 pelo mal-estar dos cidadãos perante o baixo nível de vida, o alto custo da energia em pleno inverno e a corrupção política em geral.

O guarda-costas do antigo ditador comunista Todor Zhivkov renunciou cinco meses antes do fim da legislatura, alegando que não queria dirigir um governo que estivesse manchado de sangue, em referência aos vários feridos em violentos confrontos entre a polícia e grupos de manifestantes.

De caráter impulsivo e imprevisível, Borisov é acusado por seus críticos de governar e dirigir seu partido de forma pessoal e autoritária, além de ter tido laços com o crime organizado.

Ao mesmo tempo, o líder do GERB é conhecido por suas ações populistas, como quando assinou contrato com a equipa de futebol da segunda divisão búlgara, Vitosha Bistritsa.

Nascido em 1959 em um subúrbio da capital Sófia, Borisov nunca teve reparos em empregar uma linguagem direta, e se considera um homem honesto, comunicativo e trabalhador.

Antigo bombeiro e policial, o líder do GERB também foi guarda-costas de Simeão II, o último rei da Bulgária e ex-primeiro-ministro, e prefeito de Sófia entre 2005 e 2009.

Borisov, que está divorciado e é pai de uma filha, entrou na política exatamente pelas mãos de Simeão II, que em 2001 lhe deu um alto cargo no Ministério do Interior.

Por sua parte, o líder socialista Mihail Mikov, foi presidente do parlamento entre 2013 e 2014, até assumir a liderança de seu partido em julho passado.

Deputado nos últimos quatro períodos legislativos e há décadas membro do PSB, Mikov é jurista, com estudos na França e nos Estados Unidos.

Nascido em uma zona rural em 1960, o atual líder socialista é autor de várias reformas do Código Penal búlgaro e responsável pela atual legislação contra crimes cibernéticos.

Mikov, que está casado e tem dois filhos, também é professor de Direito Penal na Universidade de Sófia, a mais antiga e prestigiada do país balcânico, e foi ministro das Relações Exteriores em 2008 e 2009.

Nessa época causou polêmica ao dizer que “a Bulgária não tem máfia, mas problemas com o crime organizado, problemas que não são exclusivamente locais, mas que existem em toda a União Europeia”. EFE

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