Ex-senadora Piedad Córdoba pede trégua após sequestro de general na Colômbia
Bogotá, 17 nov (EFE). – A ex-senadora e líder do movimento Colombianos e Colombianas pela Paz, Piedad Córdoba, reivindicou nesta segunda-feira uma trégua imediata entre as Farc e o governo, após o sequestro de um general, um cabo e uma advogada, que levou a suspensão temporária do diálogo de paz.
Em várias mensagens no Twitter, ela pediu a ambas as partes que “não brinquem com a paz” nem com a “esperança de um país”, e convidou os colombianos a manter o otimismo sobre as negociações em Havana.
O diálogo, que completará dois anos na próxima quarta-feira, é realizado sem o estabelecimento de um cessar-fogo ao conflito, conforme as partes acertaram quanto tomaram a decisão de começar as negociações. A ativista afirmou que este cessar-fogo não é um “tema político nem bélico”, mas um “assunto ético”, porque “a paz é um bem superior”.
“Vamos tirar das novas gerações a oportunidade de viver em um país em paz?”, questionou Piedad em uma das mensagens na rede social.
Em referência aos setores que estão reivindicando uma atitude mais dura por parte do exército contra as Farc após este sequestro, a ex-senadora disse que é “fácil pedir mais guerra sentados confortavelmente em casa vendo as notícias”, e destacou que é a “Colômbia camponesa a que sofre” caso os combates piorem. Piedade pediu ainda ao governo e à guerrilha a persistirem no diálogo, mantendo as negociações e que não se mantenham mais “mesquinharias políticas, nem cálculos com a paz”.
“Os diálogos de paz em Havana não devem terminar em monólogos de guerra”, disse.
Ela pediu paciência aos colombianos porque “um conflito de 50 anos não se regula em dois” e concluiu que em todo processo de paz é necessário ser persistente.
O general Rubén Darío Alzate foi sequestrado pelas Farc ontem junto com o primeiro cabo Jorge Rodríguez e a advogada Gloria Urrego quando estava fora do horário de serviço e sem escolta na remota cidade das Mercedes, após fazer um passeio pelo Rio Atrato. O fato fez com que o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, decidisse suspender as negociações de paz. EFE
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