Exames indicam que novo caso de “vaca louca” no Brasil foi atípico

  • Por Agencia EFE
  • 10/05/2014 17h32
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Rio de Janeiro, 10 mai (EFE).- Os exames realizados em um laboratório de referência da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) em amostras de uma vaca que morreu este ano no país pelo mal da “vaca louca”, apesar não serem conclusivas, mostraram ter se tratado de um caso atípico da doença, informou o Ministério da Agricultura neste sábado.

Os resultados dos exames realizados no laboratório de Weybridge, no Reino Unido, reforçaram a posição das autoridades de que o caso registrado era atípico e não clássico, e por isso não configura um risco à saúde animal ou humana, disse o comunicado.

O laboratório informou que todas as características do caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) registrado no Mato Grosso indicam ter se tratado de um caso atípico, apesar de não poder contar com um diagnóstico conclusivo para poder classificá-lo assim de forma inequívoca.

“As informações observadas pelo laboratório e os exames não mostram nenhuma das características próprias dos casos clássicos da doença. Pelo contrário, reforçam a consistência de um caso atípico”, explicou o ministério.

Os casos clássicos da doença são provocados pela alimentação do gado com rações que contêm tecidos cerebrais ou espinhais de outros ruminantes, prática proibida no Brasil.

Desde que informou da detecção de um caso suspeito, em meados de abril, o governo insistiu ter as características de um caso atípico, ou seja, surgido de forma espontânea sem qualquer relação com a alimentação.

Apesar da advertência brasileira de que seria um caso atípico, os governos do Peru e do Egito anunciaram esta semana a suspensão por 180 dias das compras de carne bovina brasileira preventivamente. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de carne bovina

O Egito é um dos principais destinos da carne brasileira, com 9,62% de participação nas exportações.

O novo caso da doença foi diagnosticado em uma vaca de 12 anos sacrificada no final de março que tinha sido alimentada exclusivamente com pasto e minerais em uma fazenda dedicada à criação extensiva.

O Ministério da Agricultura informou então que a carne do animal suspeito não foi destinada ao mercado para consumo humano ou animal e que o material de risco foi incinerado.

Todas as embaixadas brasileiras foram instruídas a “oferecer qualquer esclarecimento aos parceiros comerciais que solicitarem ou que eventualmente imponham restrições comerciais temporárias”.

A OIE manteve em maio do ano passado o status do Brasil como país com “risco insignificante” para o mal de “vaca louca” apesar da confirmação de um primeiro caso atípico da doença em dezembro de 2012.

Na época 17 países suspenderam as importações de carne brasileira, retomadas depois da confirmação pela OIE de caso era atípico e de que não configurava um risco para a saúde. EFE

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