Exemplares de vertebrados caíram pela metade em 40 anos

  • Por Agencia EFE
  • 26/12/2014 15h08

Genebra, 26 dez (EFE).- O número de exemplares de diversas populações de vertebrados diminuiu pela metade nos últimos 40 anos, e algumas espécies sofreram de forma ainda mais acentuada o impacto dessa situação, como os lêmures de Madagascar, as morsas, os elefantes e o atum vermelho do Pacífico.

Completam este dramático quadro vários tipos de anfíbios, que fazem parte de uma lista de 22.413 espécies ameaçadas ou em risco de extinção (um terço do total), elaborado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Esse total representa 1.125 espécies adicionais às que essa mesma lista continha há um ano, segundo a seção suíça do WWF.

As principais causas desta redução são a mudança climática, a agricultura e a caça ilegal, principalmente de elefantes e lêmures.

Estes últimos estão entre os que sofrem as piores situações, já que 94% estão sob ameaça devido à destruição de seu habitat – 90% da floresta tropical na qual vivem em Madagascar está destruída – e são vítimas de caçadores.

Apesar de o comércio internacional de marfim estar proibido, com raras exceções, os elefantes continuam sendo vítimas dos caçadores, que neste ano mataram 20 mil exemplares para arrancar suas presas.

Essa situação fez com que novamente em 2014 o número de elefantes caçados e mortos fosse superior ao de nascidos, uma tendência que se observa desde 2010 e que, em certas regiões da África, pôs os elefantes em risco crítico de extinção.

No habitat marinho, os efeitos da mudança climática estão afetando espécies como as morsas, que em setembro protagonizaram uma cena incomum, quando 35 mil exemplares se refugiaram em uma praia ao invés de uma geleira, lugar que habitualmente preferem.

Depois se determinou que este comportamento ocorreu devido ao degelo mais acelerado do que nunca da camada que cobre o Ártico, o que reduziu o espaço de vida destes grandes mamíferos.

Por sua vez, o atum vermelho do Pacífico está ameaçado pela sobrepesca.

No entanto, o WWF informou que também há notícias boas como a reversão da tendência que ameaçava a existência de espécies como a baleia azul, cuja população no hemisfério sul – estimada em 1.400 exemplares – está agora mais segura. Isso devido à decisão do Chile de transformar uma extensa área do Golfo de Corcovado em uma zona protegida, o que permite que as centenas de baleias que para lá vão a cada ano possam se reunir tranquilamente para criar seus filhotes.

Também restam poucos tigres no mundo. Há um século, havia 100.000 desses felinos, mas agora são cerca de 3.200, segundo o WWF, cuja meta é duplicar esse número até o ano de 2022.

Um dos melhores resultados foi conseguido no Nepal, onde o número de tigres aumentou em 63% em quatro anos, levando-os a um total de 200 exemplares. EFE

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