Exército assina carta de transição do poder em Burkina Fasso

  • Por Agencia EFE
  • 16/11/2014 17h01
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Ouagadogou, 16 nov (EFE).- O exército de Burkina Fasso assinou neste domingo a carta de transição, acertada com partidos de oposição, grupos civis e líderes religiosos, que estabelece as bases para o novo governo civil de transição no país.

“Há duas histórias em Burkina Fasso. Uma antes e outra depois do dia 30 de outubro de 2014”, disse o tenente-coronel Yacouba Isaac Zida, que tomou o poder no país no dia 1 de novembro, um dia após o ex-presidente, Blaise Compaoré, ter renunciado, forçado pelos protestos contra o governo.

A cerimônia de assinatura da carta, realizada na capital Ouagadogou, estiveram presentes todas as forças políticas e sociais burquinesas, assim como representantes da ONU, da União Africana (UA) e da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao).

Um a um, eles assinaram o documento, incluindo Zida, que disse que a Carta de Transição é “uma homenagem vibrante a todo o povo de Burkina Fasso”.

Agora, 23 pessoas (cinco do partido de oposição, cinco da sociedade civil, cinco do exército e oito líderes tradicionais e religiosos) votarão e elegerão nas próximas horas o presidente da transição. O nome – que deve ser de uma figura civil – será conhecido amanhã e terá sua escolha validada pelo Alto Tribunal.

As forças políticas e sociais já apresentaram candidatos para ocupar a presidência, mas não há informação de quem eles seriam.

Durante a cerimônia também foi anunciado que o novo primeiro-ministro do país será nomeado na próxima quarta-feira.

Embora comunidade internacional e oposição tivessem pedido desde o início a não participação do exército no processo, durante as negociações da Carta, os militares mostraram o desejo de ocupar o cargo de primeiro-ministro, algo que o resto dos grupos parece concordar.

A tentativa de Compaoré de reformar o artigo 37 da Constituição, que o impedia de tentar a reeleição à presidência pela quinta vez, causou uma onda inédita de manifestações no país, obrigando-o a renunciar e abandonar Burkina Fasso. EFE

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