Exército de Burkina Fasso acusa golpistas de se recusarem a se desarmar

  • Por Agencia EFE
  • 28/09/2015 21h23

Ouagadogou, 28 set (EFE).- O processo para desarmar a guarda presidencial, unidade responsável pelo golpe militar em Burkina Fasso, está em “ponto morto”, por causa da recusa dos sublevados de abandonar as armas, informou o exército leal ao governo da transição nesta segunda-feira.

“O processo de desarmamento nascido do acordo entre o exército leal e os golpistas, e apoiado pela Comunidade Econômica de Estados de África Ocidental, em 22 de setembro, está em ponto morto”, assinalou o comunicado.

Segundo a denúncia, a guarda presidencial está inclusive protagonizando agressões contra membros do exército que têm como missão desarmar este corpo de elite, dissolvido pelo presidente da transição na sexta-feira.

O governo também emitiu um comunicado denunciando que os golpistas detiveram alguns militares encarregados do desarmamento, o que aumentou a tensão no país.

Além disso, o exército denunciou o comportamento “ambíguo” do líder golpista, o general Diendéré Gilbert, aliado do ex-presidente Blaise Compaoré, que em novembro do ano passado renunciou após 27 anos de mandato em meio a grandes protestos.

Por isso, recomendou aos cidadãos “não baixarem a guarda” e pediu aos golpistas que cumpram “as medidas adotadas pelas autoridades políticas” para encerrar a crise.

Uma reunião de governo foi interrompida no último dia 16 por um grupo de militares que, após levarem detidos o presidente e o primeiro-ministro, declararam o fim do governo de transição e nomearam a Diendéré novo líder da transição.

Após uns dias de confusão, o exército decidiu apoiar o regime democrático e transferiu todas suas tropas a Ouagadogou, a capital, para desarmar os golpistas.

A pressão do exército e as intensas negociações de países como Senegal e Benin, apoiados por Estados Unidos e França, conseguiram fazer com que os golpistas renunciassem à intenção de tomar o poder até as eleições e permitiram a restauração do governo civil. EFE

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