Exército de Burkina Fasso dá ultimato aos golpistas para que deixem as armas

  • Por Agencia EFE
  • 22/09/2015 07h20

Ouagadogou, 22 set (EFE).- O exército de Burkina Fasso deu como prazo até as 10h locais (7h de Brasília) desta terça-feira para que o conselho golpista que depôs o governo de transição na última quinta-feira deixe as armas, informou a imprensa local.

“O exército regular deu um ultimato para depor as armas antes das 10 horas”, relatou a emissora de rádio local “Omega”.

O anúncio feito pelo exército burquinês à facção protagonista do levantamento, a guarda presidencial, foi divulgado no início de um dia no qual devem continuar as negociações para devolver a legalidade ao país da África Ocidental.

No entanto, o líder dos golpistas, o general Gilbert Diendéré, permanece entrincheirado junto com seus homens na sede presidencial, o Palácio de Kossyam na capital, e “se negam a sair por enquanto”, segundo a imprensa local.

Diante disso, o exército regular, que ontem reagrupou todas as suas tropas em Ouagadogou para forçar a saída dos golpistas, advertiu que os insurgentes têm até as 10h locais para se render.

Em um aparente gesto de boa vontade, o primeiro-ministro de transição de Burkina Fasso, Isaac Zida, foi libertado hoje pelos militares que o capturaram na quarta-feira passada junto com o presidente interino do país, Michel Kafando, antes de procederem com um golpe de Estado.

O presidente já tinha sido libertado na sexta-feira passada pelo Conselho Nacional para a Democracia (CND), a instituição que está por trás do golpe impulsionado por uma facção do exército, a guarda presidencial.

Após cinco dias de tensão e um princípio de acordo conseguido com mediação da Comunidade Econômica de Estados de África Ocidental (Cedeao), o exército de Burkina Fasso decidiu tomar uma posição na crise e decretou a mudança de todas suas unidades para Uagadugu para forçar o desarmamento dos 1.500 efetivos que compõem a guarda presidencial.

Assim, o líder golpista se comprometeu ontem a devolver o poder para seus legítimos representantes através de um acordo mediado pela Cedeao, mas, por enquanto, não há indícios que se tenha chegado a um pacto.

O princípio de acordo implica em um adiamento das eleições legislativas e presidenciais de 11 de outubro para, no mais tardar, 22 de novembro, e a eliminação do veto à candidatura de simpatizantes do ex-ditador Blaise Compaoré.

O golpe de Estado, o sexto na história de Burkina Fasso desde que conquistou sua independência em 1960, truncou a transição democrática no país africano, iniciada em novembro do ano passado com a queda do ex-presidente Compaoré, que ficou 27 anos no cargo. EFE

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