Exército de Lesoto toma quartel de polícia em possível golpe de Estado
Nairóbi, 30 ago (EFE).- O exército tomou neste sábado o controle do quartel da polícia e das estações de rádio e telefonia de Lesoto, no que parece uma tentativa de golpe de Estado contra o governo deste pequeno reino encravado na África do Sul.
A ação aconteceu nesta madrugada, e foram registrados vários tiroteios, embora não exista informação sobre possíveis vítimas, segundo a imprensa sul-africana.
O governo de coalizão, liderado pelo primeiro-ministro, Thomas Thabane, não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido.
A capital do país, Maseru, registrou em junho um significativo aumento de forças militares, o que criou o alerta para um possível golpe contra um Executivo imerso em uma grave crise política.
Estas suspeitas levaram a África do Sul – país do qual esse pequeno reino montanhoso de pouco mais de dois milhões de habitantes depende – a advertir as autoridades de Lesoto do risco de uma tentativa golpista.
Segundo o jornal sul-africano “Times”, as relações entre o primeiro-ministro de Lesoto, Thomas Thabane, e o chefe do Exército, Tlali Kamoli, se deterioraram muito desde que Thabane quis destituir Kamoli por suspeitar de planos rebeldes.
Thabane, que teria pedido proteção à África do Sul, fechou recentemente o parlamento por um período de nove meses diante de uma crise da coalizão que há dois anos o mantém no poder.
O reino de Lesoto obteve em 1966 a independência do Reino Unido, e começou quatro anos mais tarde uma longa trajetória de golpes de Estado.
Países da região, como África do Sul e Botsuana, já enviaram tropas a Lesoto no final da década de 90 para pôr fim aos distúrbios causados pela acusação de irregularidades nas eleições gerais de 1998.
O partido de Thabane governa o país em coalizão com outros dois partidos desde as eleições de 2012, que aconteceram com normalidade.
Cerca de 60% dos habitantes de Lesoto vivem na pobreza, e a maioria da população ativa trabalha na mineração, na agricultura ou no setor serviços da África do Sul. EFE
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