Exército do Burundi afirma que presidente foi destituído

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 16h07
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Bujumbura, 13 mai (EFE).- Um general do exército do Burundi afirmou nesta quarta-feira, em uma rádio privada tomada pelos militares, que o presidente do país, Pierre Nkurunziza, foi destituído depois de mais de duas semanas de violentos protestos contra sua candidatura para as eleições de junho, de modo a conseguir um terceiro mandato.

O general Godefroid Niyombare, que garantiu falar em nome do exército, anunciou a destituição “pelo bem da nação” e “após observar com desolação a violência e o cinismo que caracteriza Pierre Nkurunziza”. O governo ainda não se pronunciou sobre a declaração do exército.

O anúncio é feito enquanto Nkurunziza está em Dar es Salaam, a capital comercial da Tanzânia, para participar de uma reunião com os chefes de Estado da Comunidade da África Oriental (EAC, sigla em inglês) para buscar uma solução à crise no Burundi.

Desde que começou a onda de protestos contra o presidente, 17 manifestantes morreram durante os distúrbios no país, segundo a Agência das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.

Os manifestantes se opõem à candidatura do presidente a um terceiro mandato, já que a Constituição burundinesa estabelece que o mandatário “é eleito por sufrágio universal direto por um prazo de cinco anos e renovável mais uma vez”.

Em palavras de Niyombare, a candidatura do presidente “é uma violação flagrante da Constituição”.

As manifestações continuam no Burundi, principalmente na capital, Bujumbura, onde na manhã desta quarta-feira a polícia reprimiu os protestos com gás lacrimogêneo e disparos.

Com a violência gerada no país, mais de 50 mil cidadãos fugiram de suas casas, de acordo com os últimos números do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

A candidatura de Nkurunziza causou temor entre grandes setores da população burundinesa, que a menos de uma década saiu de uma guerra civil (1993-2005) que afundou ao país e ainda afeta a sociedade.

Após se tornar independente da Bélgica em 1962, Burundi sofreu dois genocídios: o massacre de hutus pelo exército dominado por tutsis, em 1972, e o assassinato em massa de tutsis por hutus, em 1993.

Agora são membros da oposição e famílias tutsis que começaram a deixar o país, após serem veiculadas notícias sobre a distribuição de armas entre as milícias de jovens pró-governo. EFE

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