Exército fecha aeroporto e fronteiras do Burundi
Bujumbura, 13 mai (EFE).- O aeroporto de Bujumbura, a capital do Burundi, e as fronteiras terrestres do país foram fechados pelo exército, que afirmou ter deposto o presidente, Pierre Nkurunziza, após os violentos protestos contra sua tentativa de reeleição no pleito marcado para junho.
A emissora de rádio “Rema FM”, ligada ao partido governamental, também foi fechada sobre por volta das 16h (horário local, 12h de Brasília), antes de ser incendiada por um grupo de pessoas.
Membros do exército ordenaram o fechamento do aeroporto e das fronteiras, aparentemente antes da chegada do avião que transportava Nkurunziza desde a Tanzânia, onde ele participava de uma cúpula regional, informaram à Agência Efe fontes diplomáticas em Bujumbura.
O anúncio da derrubada de Nkurunziza tinha sido feito pelo general do exército Godefroid Niyombare no começo da tarde, em uma rádio tomada pelos militares.
Niyombare alegou falar em nome de um “comitê temporário para o restabelecimento da concórdia nacional” integrado pelo exército e a sociedade civil com a missão, segundo ele, de restabelecer “a união nacional”.
“O presidente Pierre Nkurunziza foi cassado de suas funções. O governo foi dissolvido. As secretarias permanentes dos ministérios garantirão seu funcionamento”, declarou o general, sem informar se será constituído um governo de transição.
Niyombare anunciou a destituição do chefe de Estado “pelo bem da nação” e “após observar com desolação a violência e o cinismo que caracterizam Pierre Nkurunziza”.
A presidência do Burundi desmentiu pouco depois o sucesso da ação militar e assegurou que as forças de segurança perseguiriam os autores do “fantasioso” golpe de Estado contra o presidente.
Este suposto golpe de Estado ocorreu após semanas de violentos protestos que levaram às ruas milhares de burundineses contra a decisão do hutu Nkurunziza de tentar um terceiro mandato nas eleições de junho, o que uma grande parte da população e da oposição considera ilegal.
A candidatura de Nkurunziza despertou preocupação em grande parte da população burundinesa – pertencente fundamentalmente à outra etnia majoritária do país, os tutsi -, que há apenas uma década saiu de uma longa guerra civil (1993-2005). EFE
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