Exército israelense aborda Frota da Liberdade que navegava rumo a Gaza
Jerusalém, 29 jun (EFE).- Forças navais do Exército de Israel abordaram um navio da pequena Frota da Liberdade III esta madrugada quando tentava navegar rumo à Faixa de Gaza para romper o bloqueio imposto por Israel à região da Palestina há oito anos.
“Após esgotar todos os canais diplomáticos o governo israelense ordenou à Marinha que abordasse o navio para impedir a ruptura do bloqueio naval”, informou o Exército em comunicado.
“De acordo com a lei internacional, a Marinha israelense advertiu o navio várias vezes que mudasse o rumo. Após sua rejeição, a Marinha visitou e explorou a embarcação em águas internacionais para impedir sua intenção de romper o bloqueio marítimo da Faixa de Gaza. As forças informaram que não foi necessário o uso da força e que o processo transcorreu sem incidentes”, acrescenta a nota militar.
O navio está sendo agora transportado ao porto de Ashdod, no sudoeste de Israel, onde se espera que chegue entre 12 e 24 horas.
O Exército não identificou o navio que foi abordado, dos quatro que viajavam na denominada Frota da Liberdade III, com cerca de 50 ativistas internacionais de 18 países a bordo.
O principal é o sueco Marianne, no qual viajam 18 pessoas, incluindo o deputado árabe-israelense Basel Gatunas, e que navega acompanhado das embarcações Juliano II, Rachel e Vittorio.
Horas antes de sua chegada a imprensa israelense tinha anunciado que os ativistas a bordo da pequena frota seriam interceptados pela Marinha e que lhes seria entregue uma carta assinada pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, na qual este lhes assinala que “erraram de rumo. Talvez tinham intenção de viajar para um lugar não muito longe daqui: Síria, onde o regime de Assad está assassinando sua própria gente diariamente com o apoio do regime assassino do Irã”.
“Se realmente estivessem interessados nos direitos humanos não navegariam em solidariedade a um regime terrorista que executa moradores de Gaza sem julgamento e utiliza seus residentes como escudos humanos”, acrescenta a carta do primeiro-ministro, em referência ao movimento islamita Hamas.
A organização Rumo a Gaza informou na noite de domingo que o Marianne tinha estado sob vigilância de embarcações militares e aviões de reconhecimento e que se encontrava a cerca de 170 milhas náuticas do porto de Gaza.
A nave transporta painéis solares e ajuda médica a Gaza, enquanto os três veleiros que o acompanham levam “parlamentares, representantes de movimentos sociais e jornalistas que testemunham a pequena frota e ajudam a atrair a atenção mundial, não só sobre a pirataria israelense contra o ativismo internacional pró direitos humanos, mas sobre os mais de oito anos de sofrimento e destruição que o bloqueio está causando em Gaza”, assegura uma nota da organização. EFE
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