Exiladas pedem que papa fale com dissidência cubana para que saiba da verdade
Miami, 13 set (EFE).- Um grupo de mulheres vinculadas ao movimento opositor cubano Damas de Branco pediu neste domingo ao papa Francisco que durante sua visita à ilha se encontre com a dissidência para que saiba “o que está acontecendo em Cuba”.
“Peço ao papa que se reúna com as Damas de Branco e os dissidentes para que saiba a verdade do que está ocorrendo em Cuba, porque seu cardeal não vai dizer a verdade”, disse à Agência Efe María Elena Alpizar, porta-voz em Miami (Flórida, EUA.) das Damas de Branco.
Cerca de uma dezena de exiladas vinculadas a este grupo opositor participaram de uma missa realizada na Ermida da Caridad del Cobre, em Miami, na qual ficou evidenciada a solidariedade do exílio cubano com a dissidência na ilha.
Após a missa, Alpizar criticou que a “repressão tenha aumentado” em Cuba desde 17 de dezembro, quando os chefes do governo de EUA, Barack Obama, e Cuba, Raúl Castro, anunciaram o início do restabelecimento de relações diplomáticas entre ambas nações.
“Pedimos a anistia dos presos políticos e a liberdade do povo”, destacou a porta-voz, pouco depois do grupo depositar flores na baía próxima à igreja e orar pela “liberdade em Cuba”.
O ofício religioso em Miami foi realizado pouco antes da detenção de pelo menos 40 mulheres do grupo dissidente Damas de Branco e uma dúzia de opositores hoje em Havana, prisões que ocorrem há 22 domingos consecutivos e que nesta ocasião acontece a menos de uma semana da visita do papa Francisco à ilha.
As detenções ocorreram depois que as Damas de Branco, lideradas por Berta Soler, participaram de uma missa na paróquia “Santa Rita de Assis”, e realizaram uma manifestação a favor dos direitos humanos e dos presos políticos, como é tradição do grupo desde sua criação em 2003.
Soler declarou que solicitou audiência com o papa Francisco durante sua estadia na ilha, que será de 19 a 22 de setembro, mas que ainda não recebeu resposta.
A mesma Soler acrescentou que se tiver a oportunidade de se reunir com Francisco, pedirá sua mediação para que “cessação a violência policial contra as pessoas que querem participar ou exercer sua liberdade religiosa e fazer manifestações públicas”, assim como para uma anistia geral a mais de uma centena de presos por motivos políticos. EFE
lce/ff
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