Exilados em Miami criticam Obama por excluir Cuba da lista de terroristas
Miami, 14 abr (EFE).- Dois importantes grupos de exílio cubano de Miami afirmaram nesta terça-feira que a intenção do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de retirar Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo é um “disparate” que parece esquecer “que a ilha está sob uma tirania”.
“O pedido de Obama é disparatado e descolado da realidade, porque o regime cubano continua a praticar o terrorismo internamente e também exportando-o e apoiando os grupos terroristas de toda a região”, acusou Orlando Gutiérrez, diretor do Diretório Democrático Cubano.
Obama enviou hoje ao Congresso o relatório e as certificações requeridas que “indicam a intenção da Administração de rescindir a designação de Cuba como Estado patrocinador do terrorismo”, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
Gutiérrez criticou a intenção de Obama, mas mostrou confiar que está medida não prosperará no Congresso americano, já que esta instituição legislativa, disse, “é majoritariamente anticastrista”.
“Vai ser um processo longo e intrincado”, acrescentou Gutiérrez, para ressaltar que, em todo caso, o “regime castrista já conseguiu o que queria: que Obama tenha pedido ao Congresso. Isso é suficiente para Havana”.
Nessa mesma linha, Antonio Díaz Sánchez, secretário-geral do Movimento Cristiano de Libertação (MCL), fundado pelo falecido Oswaldo Payá, opinou que a decisão de Obama de retirar Cuba da lista de países terroristas, em que foi incluída em 1982, se “contrapõe aos valores americanos”.
A iniciativa do presidente americano esquece que Cuba é o “único país tirânico e ditatorial das Américas”, enfatizou Sánchez à Agência Efe. E afirmou que a determinação de Obama se choca com o imperativo moral americano de “condenar todas as ditaduras em qualquer parte do mundo”.
No entanto, para Ric Herrero, direto executivo de CubaNow, a recomendação de Obama de retirar Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo é uma amostra do esforço da Administração dos Estados Unidos de “modernizar as relações bilaterais e avançar no melhor dos interesses americanos” no século XXI.
Em dezembro Obama e o presidente de Cuba, Raúl Castro, anunciaram um acordo para normalizar as relações bilaterais e neste fim de semana ratificaram sua vontade em um histórico encontro no Panamá durante a VII Cúpula das Américas. EFE
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