Exílio em Miami critica ausência da oposição na abertura da embaixada dos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 12/08/2015 19h18

Miami, 12 ago (EFE).- Grupos do exílio cubano em Miami, nos Estados Unidos, criticaram nesta quarta-feira o governo do presidente Barack Obama pela abertura oficial da embaixada americana em Havana e consideraram “lamentável” que os dissidentes não tenham sido convidados para o ato desta sexta-feira.

“Não me surpreende porque este governo teve uma postura de concessão após concessão com a ditadura cubana, é um lamentável patrão”, disse à Agência Efe o secretário internacional do Diretório Democrático Cubano, John Suárez.

Nesta sexta-feira o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, presidirá o hasteamento da bandeira americana na embaixada em Havana, cerimônia à qual a dissidência não foi convidada. No entanto, Kerry e se reunirá com os opositores após o ato na residência do encarregado de negócios da embaixada dos EUA, Jeffrey DeLaurentis.

O exílio em Miami e políticos republicanos cubano-americanos da Flórida criticaram que os dissidentes e representantes da sociedade civil não tenham sido convidados ao ato oficial.

“Acho que uma embaixada representa a liberdade, e o fato de o secretário Kerry não os convidar é um tapa na cara dos princípios e valores desta”, comentou Rey Anthony, diretor estudantil da Fundação Cuba Libre.

Em protesto, a organização anunciou para esta sexta-feira um ato de repúdio em Miami perante “a fracassada política em relação a Cuba do governo Obama”, seguido de uma “vigília de oração em silêncio pelas vítimas do castrismo”.

Com opinião semelhante, Claudia de La Vega, diretora da ONG Mar por Cuba, disse que não se surpreende porque o governo de Obama “deu tudo ao regime sem pedir nada em troca”.

“O presidente não quer fazer nada que irrite os Castro, nada que possa causar qualquer problema”, disse à Agência Efe.

A congressista republicana de origem cubana Ileana Ros-Lehtinen considerou que “o governo de Obama não tem muita credibilidade, mesmo que tenha convidado ou não a dissidência”.

“Obama tem tanto respeito aos Castro que não quer convidar a oposição para não insultar o regime”, acrescentou a congressista, ao criticar a falta de convite aos dissidentes internos.

O senador pela Flórida Marco Rubio, pré-candidato à presidência americana pelo Partido Republicano, disse pelo Twitter que “os ativistas pela democracia em Cuba merecem respeito dos Estados Unidos, e não esse tapa na cara”.

No entanto, o congressista Mario Díaz-Balart afirmou que apesar de tudo, “a oposição segue firme dentro de Cuba e no Congresso dos Estados Unidos” para manter o embargo comercial à ilha.

“Cada vez que há uma votação para eliminar as sanções à ilha, há mais votos para mantê-las. O Congresso bipartidário está mais do lado da dissidência e da oposição do que de Obama, e nós vamos manter a linha dura”, manifestou Ros-Lehtinen.

Outros representantes do exílio cubano em Miami declararam nesta quarta-feira que “a liberdade em Cuba não se baseia em uma lei estrangeira, mas no povo de Cuba”.

“Se existem ou não os votos suficientes não importa, o embargo será suspenso. O nosso trabalho é suspender o embargo aos direitos dos cubanos”, disse o presidente do Movimento Democracia, Ramón Saúl Sánchez.

Segundo o ativista, é incompreensível a razão para “manter um embargo que beneficiou tanto os Castro, tanto politicamente como economicamente, com dividendos de US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões anuais em transações”. EFE

ims/vnm

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