Explosão de granada na capital do Burundi mata três pessoas

  • Por Agencia EFE
  • 02/05/2015 11h34
  • BlueSky

Bujumbura, 2 mai (EFE).- Dois policiais e um civil morreram na noite de sexta-feira na capital do Burundi, Bujumbura, após a explosão de uma granada lançada por desconhecidos, informaram neste sábado fontes policiais.

Outras 13 pessoas ficaram feridas pela explosão, que ocorreu após seis dias de protestos pela indicação do presidente, Pierre Nkurunziza, para concorrer a um terceiro mandato.

Os dois policiais foram alcançados pela granada quando patrulhavam pelo distrito nortista de Kamenge, explicou o comando policial Donatien Nzeyimana, que acrescentou que os autores do ataque fugiram.

Quase simultaneamente, outra granada explodiu em um posto policial situado nos arredores de Bujumbura.

“Há no total 17 feridos, incluídos 13 policiais, entre os quais há três casos graves, e quatro civis”, disse o porta-voz da polícia Pierre Nkurikiye, que assegurou que os investigadores já começaram a identificar os responsáveis deste segundo ataque.

Os organizadores dos protestos -que se opõem aos planos do presidente de concorrer a um terceiro mandato, contra o limite de dois mandatos que estabelece a Constituição- anunciaram ontem a suspensão das manifestações durante dois dias.

Os ativistas suspenderam temporariamente os protestos para se despedir dos mortos nos choques com a polícia durante as concentrações.

Milhares de pessoas estão se manifestando desde domingo nas ruas de Bujumbura e pelo menos cinco morreram desde então, três por enfrentamentos com a polícia e duas pelas mãos das milícias de jovens do governante CNDD-FDD, os Imbonerakure.

A onda de protestos começou após o anúncio de que Nkurunziza se apresentará às eleições presidenciais que serão realizadas em junho.

A Constituição burundinesa estabelece que o presidente “é eleito por sufrágio universal direto por um prazo de cinco anos renovável por mais uma vez”, por isso que Nkurunziza não deveria tentar um terceiro mandato como pretende, já que governa desde 2005.

Seus partidários alegam que em 2005 o atual presidente foi eleito por sufrágio universal indireto, já que foram os membros da Assembleia Nacional os que o escolheram e, portanto, esse primeiro mandato não deveria ser levado em conta.

Em uma tentativa de buscar amparo judicial, o Senado, composto quase em sua totalidade por membros do partido governante, elevou ontem um pedido ao Tribunal Constitucional para que se pronuncie sobre a legalidade da decisão do presidente.

Para evitar a expansão dos protestos, o governo ordenou o fechamento de várias emissoras de rádio e cortou o acesso às redes sociais desde telefones celulares, além de fechar as residências universitárias.

Nas últimas duas semanas, mais de 21 mil burundineses chegaram à vizinha Ruanda fugindo desta violência pré-eleitoral, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). EFE

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.