Explosões de dois carros-bomba matam 46 pessoas na Nigéria

  • Por Agencia EFE
  • 20/05/2014 16h54

Lagos, 20 mai (EFE).- Pelo menos 46 pessoas morreram nesta terça-feira após as explosões de dois carros-bomba em um movimentado mercado da cidade de Jos, no centro da Nigéria, informaram fontes policiais.

No ataque também ficaram feridas 45 pessoas, afirmou o delegado da polícia do estado de Plateau, Chris Olakpe, segundo o jornal nigeriano “The Vanguard”.

As explosões aconteceram em um intervalo de 15 minutos no mercado de Terminus, perto da estação de trem de mesmo nome.

As autoridades acreditam que o número de vítimas pode ser ainda mais elevado porque o mercado estava lotado no momento do atentado.

O coordenador da Agência Nacional de Gestão de Emergências (NEMA) na região centro-norte do país, Abdulsalam Abubakar, afirmou que o número de vítimas pode ser “em massa”.

“É uma catástrofe”, assegurou Abubakar, sem precisar o número de falecidos, ao jornal “Premium Times”.

Os números proporcionados pela polícia de Plateau também não foram confirmados pelo governo regional, que assegurou “não ter pressa” para detalhar o número de vítimas do atentado.

“O número de vítimas não foi confirmado porque os números ainda estão sendo recopilados por vários hospitais”, esclareceu a responsável de Informação do governo de Plateau, Olivia Dazyam.

Agentes de segurança foram deslocados até o local, enquanto os feridos estão sendo transferidos aos hospitais para serem atendidos.

“Iniciamos uma investigação sobre o fato, mas queremos que o povo esteja tranquilo e reze pela vítimas”, acrescentou Dazyam.

O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, condenou o atentado por meio de um comunicado e qualificou os autores de “cruéis e malvados”.

Jonathan destacou que mobilizou todas as agências de segurança e serviços de emergência para ajudar às vítimas e transferiu suas condolências às famílias dos falecidos.

Na nota, o presidente assegurou a todos os nigerianos que seu governo “segue disposto a ganhar a guerra contra o terrorismo”, em alusão à seita islamita Boko Haram.

Esse grupo assassinou mais de três mil pessoas em atentados perpetrados nos últimos cinco anos na Nigéria, embora, por enquanto, não tenha reivindicado o ataque de hoje.

Jos foi golpeada pela violência étnico-religiosa e por ataques do Boko Haram no passado.

Há mais de um mês, a seita islamita também mantém sequestradas mais de 200 meninas, raptadas de uma escola de ensino médio em Chibok, no estado de Borno, no norte do país.

Com 170 milhões de moradores divididos em mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, país mais povoado da África, sofre múltiplas tensões por suas diferenças políticas, socioeconômicas, religiosas e territoriais. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.