Explosões em comício da esquerda curda na Turquia deixa pelo menos 10 feridos
Ancara, 5 jun (EFE).- A dois dias das eleições gerais de domingo na Turquia, cerca de dez pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira após duas explosões durante um comício do opositor e pró-curdo Partido Democrático dos Povos (HDP) em Diyarbakir, no sudeste do país eurasiático.
As detonações ocorreram às 11h55 (em Brasília) em uma praça de “capital” curda da Turquia, onde uma multidão estava reunida, justo antes do discurso do presidente do partido, Selahattin Demirtas.
Segundo informaram à Agência Efe por telefone várias testemunhas, uma das vítimas pode ter perdido um braço.
A imprensa informou em um primeiro momento que as deflagrações ocorreram por conta da explosão de um transformador elétrico.
No entanto, um jornalista local explicou à Agência Efe por telefone que foram ouvidas duas detonações diferentes, com um intervalo de três minutos, perto de uma unidade de distribuição elétrica.
Um dos feridos é policial e os demais são civis, segundo meios de comunicação locais, que citam fontes policiais.
Demirtas pediu imediatamente que as pessoas mantivessem a calma e pediu que ninguém caísse em nenhum tipo de provocação.
No entanto, segundo o canal de televisão curdo “Med-Nuçe”, houve choques entre os simpatizantes do HDP e a polícia desdobrada na área, que usou gás lacrimogêneo contra a multidão.
Os hospitais locais pediram doações de sangue para os feridos no incidente.
O HDP foi alvo durante a campanha eleitoral de dezenas de ataques, que deixaram vários feridos graves.
Ao envio de dois pacotes-bomba a escritórios do HDP no sul da Turquia em meados de maio uniu-se ontem uma agressão nacionalista em Erzurum, no nordeste do país, onde o partido esquerdista realizava um comício.
Os agressores incendiaram um micro-ônibus do partido e causaram graves queimaduras no motorista, além de tentarem linchar outros participantes.
Uma explosão geral da violência pouco antes das eleições gerais deste domingo poderia acabar com as aspirações do HDP de superar o umbral de 10% para entrar no parlamento.
Segundo os analistas, uma violenta revolta curda voltaria a despertar os temores de boa parte da população turca que associa este partido à guerrilha curda. EFE
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